O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual, de 13% para 12,25% ao ano. Este é o menor nível desde janeiro de 2015, quando os juros também estavam em 12,25% ao ano.
A decisão foi unânime e veio dentro do esperado. A maioria dos economistas consultados pelo BC no Boletim Focus e pela agência de notícias Reuters esperavam corte de 0,75 p.p. na Selic.
Quarta queda seguida
Foi a quarta baixa seguida. A redução dos juros começou no fim do ano passado, com dois cortes de 0,25 ponto, derrubando a taxa de 14,25% para 13,75% ao ano.
Na última reunião, em janeiro, o BC acelerou o ritmo e fez o maior corte em quase cinco anos: de 0,75 ponto percentual, uma decisão que surpreendeu o mercado.
Juros X Inflação
Os juros são usados pelo Banco Central para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
A meta em 2017 é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto, ou seja, pode variar entre 3% e 6%.
Juros para o consumidor são mais altos
A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.
Segundo os últimos dados divulgados pelo BC, a taxa de juros do cheque especial subiu em novembro e atingiu 331% ao ano, e os juros do rotativo do cartão de crédito ficaram em 482% ao ano.