O auditor-fiscal do Ministério do Trabalho Luís Alexandre de Faria, coordenador da investigação que flagrou o trabalho escravo em empresas terceirizadas da Zara, revelou durante audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, na quarta-feira (14), que a multinacional espanhola recebeu 48 autos de infração.
As multas aplicadas chegam a R$ 1 milhão e a empresa ainda corre o risco de ser incluída na “lista suja” do ministério.
O auditor informou que os maiores problemas com relação a trabalho escravo no Brasil estão nas cadeias de produção nas áreas de vestuário e da construção civil. “O crime de trabalho escravo na capital paulista veio à tona depois de uma CPI da Assembleia Legislativa de São Paulo, quando grandes oficinas, que exploravam trabalhadores bolivianos, foram identificadas”, contou.
Fiscais – A presidente do colegiado, deputada Manuela d´Ávila (PCdoB-RS), disse que a comissão vai acompanhar de perto o desdobramento do caso Zara. A deputada defendeu ainda a aprovação da PEC 438/01, que prevê a expropriação de terras onde for constatado o trabalho escravo e o estabelecimento de negociações com o governo para a contratação de mais fiscais do trabalho.
Na audiência, o representante da Zara garantiu que a empresa não vai fugir do pagamento de indenização às famílias bolivianas que trabalhavam em condições análogas à escravidão.