As pessoas que “quebraram o silêncio” e denunciaram casos de assédio e abuso sexual foram escolhidas como a personalidade do ano pela revista americana “Time”, derrotando alguns dos principais líderes do planeta.
Com o sucesso da campanha, alguns homens também usaram a hashtag para revelar abusos que sofreram.
O prêmio da “Time” foi dado para todos aqueles que fizeram as denúncias, independentemente do gênero.
A campanha contra o assédio derrotou o vencedor do ano passado, o presidente americano Donald Trump, que ficou em segundo lugar, e o líder chinês Xi Jinping, que fortaleceu seu poder ao ser reconduzido para mais cinco anos à frente da China.
A #MeToo foi lançada pela atriz Alyssa Milano no Twitter logo após a revelação de uma série de casos contra o produtor de cinema Harvey Weinstein, que deu início a uma onda de denúncias contra artistas, jornalistas da televisão e políticos.
Mas a campanha é apenas “parte da foto, não ela toda” escreveu a própria “Time” ao justificar o prêmio.
A vitória das pessoas que quebraram o silêncio (“silence breakers” no original em inglês) foi anunciada durante o programa “Today”, da emissora americana NBC.
Dias antes, o âncora da CBS Charlie Rose, 75, teve seu contrato encerrado pela emissora. Colaborador do prestigiado programa “60 Minutes”, ele foi denunciado por colegas e ex-estagiárias por ter apalpado as pernas delas, entre outros episódios.
“Essa é a mudança social mais rápida que nós vimos em décadas, e começou com atos de coragem individuais de centenas de mulheres –e alguns homens também– que contaram suas próprias histórias”, disse o editor-chefe da revista, Edward Felsenthal, durante entrevista ao programa “Today” logo após anunciar o vencedor.
A ação antiassédio também chegou à política europeia, quando vieram à tona casos no Parlamento Europeu e nos governos britânico e austríaco. No Reino Unido, dois ministros caíram.
No dia 25 de outubro, os eurodeputados realizaram uma sessão do Parlamento Europeu segurando placas com a hashtag #MeToo.