Segundo levantamento, 47% acham que mudanças na aposentadoria não são necessárias
Segundo pesquisa feita pelo Ibope a pedido do Palácio do Planalto, 41% da população não tinha conhecimento das mudanças nas regras de aposentadoria até dezembro do ano passado.
Ainda de acordo com os dados, aos quais a Folha teve acesso, a necessidade de se fazer a reforma divide o país: 47% dizem que as mudanças não são necessárias, enquanto 45% avaliam que é preciso fazê-las.
Os números preocuparam auxiliares do presidente Michel Temer às vésperas da votação da medida na Câmara, marcada para 20 de fevereiro. O governo ainda não conseguiu alcançar os 308 votos necessários para fazer avançar o texto no Congresso e articula na tentativa de vencer a resistência dos parlamentares em aprovar a proposta durante ano eleitoral.
Como a Folha mostrou nesta quinta-feira (1º), a pesquisa encomendada pelo Planalto mostra que 14% da população é favorável à reforma, 44% não querem mudanças e 39% ainda não têm opinião formada sobre o assunto.
Integrantes da equipe de Temer dizem que o índice daqueles que eram contrários à reforma já foi de 68% em outras pesquisas internas e, por isso, avaliam que o cenário melhorou.
Nesta semana, a conta mais otimista do Planalto chegava a 270 votos a favor da reforma.
A pesquisa entregue ao governo traz uma série de perguntas sobre diversos pontos do texto, como idade mínima e a concessão de benefícios a categoriais como professores e policiais. O levantamento mostra, por exemplo, que 82% dos entrevistados são contrários à regra de cálculo que prevê 40 anos de contribuição para que se tenha direito ao valor máximo do benefício.
Apesar da rejeição alta, esse período já foi maior. A proposta original do governo, enviada ao Congresso no fim de 2016, propunha prazo de 49 anos para acessar o valor máximo da aposentadoria.
O governo já desidratou bastante o texto inicial para conseguir apoio dos deputados e não descarta novas flexibilizações.
A pedido do Planalto, o Ibope ouviu 2.002 pessoas entre os dias 25 e 29 de janeiro, em 140 municípios, e a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Entre os entrevistados, 56% não contribuem para o INSS.