Para Mantega, estagnação da economia no 3º trimestre é temporária

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, procurou mostrar otimismo nesta terça-feira (6) com a economia brasileira, dizendo que a estagnação resgistrada no terceiro trimestre é passageira e que os últimos meses do ano mostrarão aceleração.

Nesta manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) teve crescimento zero no terceiro trimestre na comparação com o segundo, com a primeira queda no consumo das famílias em quase três anos.

Mantega afirmou ainda que o governo tem mais mecanismos para estimular mais o consumo interno visando um crescimento entre 4% e 5% em 2012. Ele disse que, no momento, não há medidas que o governo esteja avaliando e que não há estudos para aumentar o capital de bancos a fim de elevar a oferta de crédito.

No final de novembro, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, já havia dito que o crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre poderia ficar em torno de zero.

Resultados do terceiro trimestre, em detalhes
Em termos de valores, o PIB alcançou R$ 1,05 trilhão entre julho e setembro, de acordo com as informações do IBGE.
O único setor que teve crescimento em relação ao trimestre anterior foi a agropecuária (3,2%). Indústria (-0,9%) e serviço (-0,3%) apresentaram queda.
Na comparação entre o terceiro trimestre e o segundo, o consumo das famílias, um dos motores da economia nos últimos trimestres, caiu 0,1%, a primeira queda desde o quarto trimestre de 2008.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2010, houve um crescimento de 2,1%, com destaque para a agropecuária (6,9%), serviços (2%) e indústria (1%).
Em 12 meses, a alta do PIB brasileiro é de 3,7%. No acumulado de 2011 até setembro, o crescimento é de 3,2%.

Governo adota estratégia de estimular o consumo contra crise
O governo reduziu de 4,5% para 3,8% a previsão de crescimento do PIB deste ano por conta da deterioração do cenário externo.
De olho na desaceleração no cenário interno, o governo anunciou na semana passada um pacote de medidas para incentivar o consumo, que inclui redução de impostos para a compra de eletrodomésticos e aplicações financeiras (como empréstimos e investimentos na Bolsa de Valores).
Também na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu cortar a taxa básica de juros (a Selic) em 0,5 ponto percentual, indo de 11,5% para 11% ao ano, a menor taxa do governo Dilma. A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação ou estimular a economia. Quando a taxa cai, estimula o consumo.

Como é feito o cálculo do PIB
O PIB é a soma das riquezas produzidas por um país durante um determinado período de tempo. A sua variação anual reflete o quanto a economia produziu a mais, ou a menos, que no ano anterior.
Para calcular o PIB, são considerados todos os bens e serviços produzidos em um país durante certo período. Isso inclui do pãozinho até o apartamento de luxo.
O índice só considera os bens e serviços finais, de modo a não calcular a mesma coisa duas vezes. A matéria-prima usada na fabricação não é levada em conta. No caso de um pão, a farinha de trigo usada não entra na contabilidade.
Um carro de 2010, por exemplo, não é computado no PIB de 2011, pois o valor do bem já foi incluído no cálculo daquele outro ano.

(Com informações da Reuters)