De 2016 para 2017, a parcela de domicílios atendidos pelo Bolsa Família caiu de 14,3% (9,8 milhões) para 13,7% (9,5 milhões) do universo de lares brasileiros (69 milhões). Isso significa que mais de 326 mil famílias deixaram de receber o benefício, destinado às pessoas que vivem na extrema pobreza. Os dados mostram que o número de miseráveis avançou 53% em relação a 2014, atingindo 24,8 milhões de brasileiros.

O movimento de contração dos benefícios ocorreu em todas as regiões do Brasil, sendo que no Norte a proporção de domicílios retraiu de 27,2% para 25,8%, ao passo que no Nordeste caiu de 29,3% a 28,4%. Já no Centro-Oeste, o recuo foi de 9,4% a 8,5%; no Sul, de 5,4% a 4,6% e, no Sudeste, de 6,9% a 6,7%.

O Índice de Gini, por sua vez, que mede a desigualdade de renda, registrou piora em todas as regiões brasileiras em 2017, com exceção do Sudeste, mesmo em um ano em que o Produto Interno Bruto (PIB) expandiu 1%.

Para especialistas, o aumento do abismo social na maioria das regiões resultou da forte recessão econômica que, em dois anos, acumulou queda de 7%. Mesmo que em 2018 tenha avanço, ainda será difícil reduzir a perda do período de recessão econômica, sem algumas reformas