Os bancários já cuidam dos preparativos das negociações salariais. A campanha é nacional, pois o acordo coletivo é valido para todo o País. A pauta da categoria vai cobrar aumento real, além da manutenção dos empregos e direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec), Lourenço Prado, disse à Agência Sindical que a luta para preservar os direitos é essencial, porque é a primeira campanha salarial a ser realizada sob a nova lei trabalhista. “Todos os anos, procuramos assegurar que a categoria não perca o que foi conquistado. Agora, com a reforma trabalhista, aumenta a ameaça a esses direitos e benefícios”, afirma.
O dirigente, que coordena a Comissão Executiva Bancária Nacional de Negociação (CEBNN/CONTEC), explica que as negociações salariais começam mais cedo, por conta da Copa do Mundo e das eleições. A data-base dos bancários é 1º de setembro.
“Esperamos ter condições de fechar acordo até setembro. Vamos fazer o máximo de empenho para mobilizar a categoria e deixá-la preparada pra enfrentar qualquer dificuldade e resistência patronal”, adverte o dirigente.
Lucro – Os bancários aprovaram a pauta de reivindicações, que leva em conta os lucros dos bancos. Em 2017, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Bradesco e Santander, somados, tiveram faturamento de R$ 77,4 bilhões, alta de 33,5% em relação aos resultados de 2016. Só nos primeiros três meses deste ano, esses cinco bancos já lucraram R$ 20,6 bi, aumento de 20,4% sobre o primeiro trimestre de 2017.
Lourenço destaca que, com esses números, o setor financeiro pode atender os pleitos da categoria. “Estamos negociando com instituições que são as mais lucrativas do mundo. Com o lucro que os bancos vêm obtendo, a cada ano, é possível sim atender as reivindicações. Nossa pauta é até modesta ante os resultados demonstrados. Não vai onerar os patrões de jeito nenhum”, comenta.
Contribuição – O dirigente salientou também que a pauta prevê item sobre Contribuição Sindical. “Com a nova legislação trabalhista, a contribuição compulsória deixou de existir. O que nós queremos é garantir a manutenção de todos os benefícios que as entidades sindicais proporcionam. A retirada da contribuição põe em risco as conquistas. Precisamos estar fortes e preparados para fazer a resistência”, frisa Lourenço.
A pauta dos bancários foi entregue à federação dos bancos (Febraban) dia 13 de junho. A primeira rodada de negociações será dia 28, em São Paulo.
Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e integrante do Comando Nacional dos Bancários, afirma que a negociação será unificada nos bancos públicos e privados. “Queremos acordo que valha pra todo mundo, independente do salário. Assim, valorizamos nossa negociação. É isso que queremos: garantir todos os direitos para todos”, afirma.
Pautas – Entre as bandeiras, estão defesa do emprego, com a proibição de demissões em massa; homologações nos Sindicatos; defesa dos bancos públicos, que estão sendo desmontados e preparados para a privatização, além de outros pontos.