Vivendo como todos os brasileiros a dramaticidade do momento eleitoral os ativistas e dirigentes sindicais não estariam isentos de seus efeitos que podem ser desorientadores.
Felizmente há um esforço de importantes dirigentes e de entidades poderosas para manterem a cabeça no lugar e os pés no chão criticando a ação desvairada que feriu o candidato Bolsonaro e reforçando a exigência de respeito à democracia e às divergências.
É o que fizeram Miguel Torres e Juruna ao assinarem a importante nota da Força Sindical, única central que se manifestou tempestiva e contundentemente.
As direções sindicais preocupam-se em viabilizar as candidaturas que defendem e se comprometem com a agenda prioritária dos trabalhadores, principalmente as de deputados e senadores que precisam ser fortalecidas.
Ao mesmo tempo em que vivem as peripécias das campanhas eleitorais os ativistas e os dirigentes preocupam-se com o encaminhamento das campanhas salariais de suas categorias.
Registrei já a grande vitória dos bancários da CUT cuja campanha se completa agora com as aprovações nas assembleias e a efetivação de um grupo de trabalho para tratar das rescisões de contrato de trabalho e suas homologações.
Os metalúrgicos da CUT continuam em negociações enfrentando um patronato feroz e insidioso e os metalúrgicos da Força Sindical começam a fazer as assembleias setoriais de preparação de suas campanhas.
O quadro é, portanto, este. Com um olho no padre (campanhas eleitorais) e outro na missa (campanhas salariais) grandes destacamentos do movimento sindical e seus dirigentes responsáveis enfrentam as dificuldades, que não são as mesmas, mas são iguais, como diz a canção cubana de Silvio Rodriguez e Luís Eduardo Aute gravada por Chico Buarque.