Nesta quarta-feira, 21, comemora-se Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. É momento para reflexão da sociedade sobre a desigualdade reinante entre pessoas diferentes, originada por desinformação e/ou preconceito.
A fixação da data não caiu do céu. Fruto de intensa mobilização das pessoas com deficiência nas últimas décadas, o país produziu Leis que abriram espaços para a inclusão social e profissional das pessoas com deficiência.
Mas ainda existe uma distância profunda entre o direito ao trabalho às pessoas com deficiência preconizado pela a Constituição de 1988 e pela Lei de Cotas de 1991, ao seu efetivo cumprimento, porque as barreiras de atitudes ainda dominam o mundo do trabalho.
Com a divulgação dos registros da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) de 2015, na sexta-feira passada, o Brasil ficou sabendo que os trabalhadores com deficiência continuam quase invisíveis, representando menos de 1% dos trabalhadores formais. São apenas 403.255 entre 48.060.807 trabalhadores. Distribuição por tipo de deficiência: física = 49,8%; auditiva = 19,7%; visual = 11,6%; reabilitados = 8,9%; intelectual = 8,0% e múltipla = 2%.
Os novos registros do Ministério do Trabalho indicam que existem apenas 258 mil trabalhadores com deficiência com ensino médio ou superior completo em um universo de 10,2 milhões com esta escolaridade no Brasil, que o IBGE apontou em seu último Censo. Isto significa que para cada pessoa com deficiência que tem ensino médio e está empregada, existe outras 37 fora do mercado formal (196.784 entre 7,4 milhões).
Já para quem tem ensino superior completo a situação é ainda mais caótica: apenas 1 a cada 45 pessoas com deficiência com esta escolaridade tem registro em carteira profissional (61.235 entre 2,8 milhões). Os dados podem ser conferidos nos registros do Ministério do Trabalho de 2015 e no Censo do IBGE de 2010.
Paralimpíadas 2016 – Invisibilidade no esporte
A invisibilidade das pessoas com deficiência no trabalho também se estende para o esporte e outras áreas. Um cartum de Ricardo Ferraz produzido há 30 anos dimensiona a situação: ele faz um desenho relacionando um paraatleta vitorioso chegando no Brasil e um atleta que não obteve premiação. No cartum, o interesse dos jornalistas é de dar voz ao derrotado e não o atleta com deficiência.
Neste domingo foi divulgado o quadro geral de medalhas indicando que o Brasil ficou no 8º lugar com 72 medalhas conquistadas pelos atletas paralímpicos: conquistaram 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes. Comparando com a competição olímpica com ampla cobertura jornalística da TV aberta, o Brasil ficou em 13º lugar, somando 19 medalhas: 7 de ouro, 6 de prata e 6 de bronze. Situações para refletirmos em 21 de setembro.
Em tempo:
No próximo dia 21 de setembro acontecerá em São Paulo o Dia D – Dia de Inclusão Profissional e Social das Pessoas com Deficiência e dos Beneficiários Reabilitados pelo INSS. Neste dia serão oferecidas diversas vagas de emprego para pessoas com deficiência e reabilitados além de outros serviços e orientações, na SERT/Padef, das 9h00 as 17h00 (Rua Boa Vista, 170 – Mezanino, Centro – São Paulo).
Na cidade de Osasco, o Dia D acontecerá no dia 23 de setembro, a partir das 8h00, no Portal do Trabalhador (Rua Virgínia Aurora Rodrigues, 350 – Centro) e serão oferecidos os seguintes serviços para as pessoas com deficiência e reabilitados profissionais do INSS:
– Emissão de Carteira de Trabalho.
– Busca e encaminhamento para vagas de emprego.
– Plantão de dúvidas sobre os serviços do INSS: benefícios assistenciais e previdenciários.
– 04 Processos seletivos no Portal do Trabalhador