40 mil participam da 8ª Marcha da Classe Trabalhadora

Jaelcio Santana

Subida da av. Brigadeiro Luiz Antonio

Cerca de 40 mil trabalhadores, das mais diversas categorias profissionais ligadas às Centrais Sindicais – Força Sindical, CTB, CGTB, CUT, Nova Central e UGT –, participaram nesta quarta-feira (9), da 8ª Marcha da Classe Trabalhadora por direitos e qualidade de vida, realizada em São Paulo. Milhares de trabalhadores vieram do Interior do Estado e de vários Estados – Paraná, Quaraí (RS) e Gravataí (RS), Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, entre outros, para cobrar do governo federal a negociação da Pauta Trabalhista.

Os trabalhadores pleiteiam a redução da jornada para 40 horas semanais, sem redução de salário, o fim do Fator Previdenciário, a manutenção da política de valorização do salário mínimo, correção da tabela do Imposto de Renda, fim do Projeto 4330, que amplia a terceirização, mais investimentos em saúde, educação, transporte público. Estas bandeiras constam da Pauta Trabalhista, elaborada em 2010 e entregue aos candidatos à Presidência da República naquele ano, entre eles a presidente Dilma.

                                                            Jaelcio Santana

                                        Miguel Torres no ato na Sé

“Naquela época, nossa esperança era de que o governo atendesse aos poucos a Pauta Trabalhista, mas isto não aconteceu. Foi uma decepção. Resolvemos trazer, de novo, para a realidade, a Pauta Trabalhista e, nesta Marcha, estamos dando exemplo de unidade para o mundo”, declarou Miguel Torres, presidente da Força Sindical e do Sindicato.

No entanto, continua Miguel, “considero que somente a Marcha não será suficiente. Vamos mobilizar mais os trabalhadores para fazer o governo avançar na nossa Pauta. Outra preocupação é com a política de valorização do salário mínimo, que estava certa e ajudou tirar muita gente da miséria. Para mantê-la em 2015 será preciso aprovar um projeto de lei, mas para isto será preciso muita mobilização, pois setores conservadores estão querendo derrubar esta medida”, disse Torres.

Marcha do Basta

Segundo Miguel, este é um ano pra colocar deputados e senadores na parede.  “Esta é a marcha da esperança. Se não avançar, proponho fazermos a Marcha do Basta. Basta de enrolar os trabalhadores, basta de sacanear os trabalhadores”, disse.

O deputado federal Paulinho da Força defendeu a Pauta Trabalhista e comentou a conjuntura  que inclui aumento dos juros: “Três anos depois de receber nossa pauta o governo não cumpriu nada e levou o Brasil a uma situação insustentável, com desemprego voltando, juros em patamares elevados. Isso mostra que o governo investe mais na especulação e não na produção”, ressalta.

Praça da Sé
A 8ª Marcha começou cedo, por volta das 8 horas, com concentração na Praça da Sé. Depois seguiu em passeata pela Avenida Brigadeiro até o vão livre do Masp, na avenida Paulista, por volta das 13 horas.

Na Sé, sindicalistas das seis Centrais se revezavam no discurso para explicar a Pauta Trabalhista. Juruna, secretário-geral da Força Sindical, coordenou o ato pela Central e destacou a unidade das centrais e a mobilização dos trabalhadores.

Maria Auxiliadora dos Santos, secretária nacional da Mulher da Força Sindical, falou da necessidade de “aprovar o projeto de lei da igualdade entre homens e mulheres”, e  Eunice Cabral, presidente da Conaccovest (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Setor Têxtil), defendeu “o aumento da participação da mulher na política”.

Iugo Koyama

Concentração na Praça da Sé

Miguel Torres no ato na Sé
Jaelcio Santana

Paulinho da Força no ato na Sé

Juruna, da Força Sindical
Iugo Koyama

Arakém, secretário-geral


Faixa da Marcha
Paulo Segura

Avenida Paulista

 


Miguel Torres no ato na Av. Paulista

Presidentes das centrais – CTB, Força, CUT, UGT, CGTB – no encerramento da Marcha na Paulista