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A nanotecnologia na saúde do trabalhador

Paulo Segura

A Nanotecnologia, seus avanços e implicações na saúde dos trabalhadores foi o tema do seminário realizado na tarde desta sexta-feira (26), pelo Departamento de Segurança e Saúde do trabalhador do Sindicato.

O evento despertou a atenção dos cerca de 600 participantes, entre cipeiros metalúrgicos, técnicos em segurança no trabalho, dirigentes sindicais e estudantes da área, diante da falta de conhecimento sobre o tema.

“Os avanços tecnológicos vão nos prejudicar? Os especialistas não têm respostas. Nós, como categoria de vanguarda, tempos que puxar esse debate; a tecnologia anda rápido e precisamos ser rápidos também e pensar no futuro, na questão da saúde, do emprego e também na questão salarial”, afirmou o presidente do Sindicato, Miguel Torres.

Paulo Segura

Presidente Miguel Torres
Paulo Segura

Paulinho da Força

Paulinho da Força ligou a questão da nanotecnologia com a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que está completando 70 anos e é muito combatida pela elite. “Tentam o tempo todo destruir a CLT. É ela que regulamenta os direitos, é uma guardiã dos trabalhadores. Defendemos os direitos e avanços porque o mundo está se modernizando e temos que estar atentos. Acidente de trabalho e doença profissional são coisas sérias e a gente tem que se proteger”, afirmou.

Jaelcio Santana

Diretor Luisinho acompanhou as palestras da plateia

O coordenador do DSST, diretor Luisinho, reforçou a importância dos trabalhadores debaterem o tema e prestarem atenção nos produtos que fabricam no dia a dia. “A nanotecnologia já está presente no nosso consumo e é importante a gente saber que efeito ela pode ter sobre a nossa saúde e as mudanças que vai causar na nossa vida”, afirmou.

A Drª Arline Sydneia Arcuri, pesquisadora da Fundacentro, enfatizou que os trabalhadores precisam se apropriar dos conhecimentos da nanotecnologia e evitar os acidentes e doenças. “Nós já consumimos muita coisa importada com nanotecnologia. Mas é difícil identificar produtos nanotecnológicos porque tudo é segredo industrial”, afirmou.

Jaelcio Santana

Dra. Arline, da Fundacentro

Segundo ela, o desenvolvimento tem sido muito para interesse da indústria. “Quando a ciência é voltada à tecnologia, os trabalhos são protegidos por patentes e não podemos nos apropriar desse desenvolvimento”, disse.

A pesquisadora afirma que as empresas financiam parte das pesquisas e usam o conhecimento para fazer coisas novas. “Do ponto de vista governamental, o financiamento tinha finalidade de democratizar a informação, agora não. Do ponto de vista dos trabalhadores, eles demoram para saber o resultado da pesquisa científica”.

O que significa – Nano significa anão, é uma medida minúscula. São partículas infinitamente pequenas, que ganham uma área de ocupação maior e reagem de forma diferente de um elemento em tamanho ´natural´ . “A nano não tem o mesmo comportamento que o material em escala maior. Qualquer coisa que muda na nano ela muda de propriedade.”

Nano em tudo
O evento mostrou como os materiais estão se transformando. A nanotecnologia tem aplicação na medicina, na indústria alimentícia, têxtil, química, cosmética, na segurança e saúde etc. Ela está na eletricidade, no celular, nas panelas, no secador de cabelo, na máquina de lavar, na escova de dentes. As transformações estão tornando tudo mais leve e resistente e também mais fino. Tão fino, a ponto de preocupar a Fundacentro.

“Temos um material seguro para ser manuseado em escala maior; em escala menor ele pode penetrar na pele, ir para as células. Já temos grande dificuldade de prevenir acidentes do que a gente já sabe que é perigoso, imagine nossos riscos com a nanotecnologia. Não vencemos os riscos antigos, imagine os novos”, enfatizou a pesquisadora.

Segundo ela, não se sabe, por exemplo, o que as nano partículas fazem. A poeira é um exemplo. “Como ela se espalha pelo ambiente, qual a sua mobilidade, pode entrar na cadeia alimentar por várias vias”, alerta Arline. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não tem norma para regulamentar isso.

O Seminário contou também com a contribuição de Paulo Martins e Richard Dulley, coordenador do Renanosoma  (Rede de Pesquisa em Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente), que falou dos investimentos e recursos destinados às pesquisas, e do pesquisador Richard Dulley, do Renanosoma, que falou da nanotecnologia no setor metalúrgico.

” A nano está na pintura do carro, nos sensores, eixos, pneus, que hoje têm mais aderência, durabilidade e menos atrito; em breve teremos carros sem parabrisa, porque os vidros serão autolimpantes. A nano muda o paradigma da produção e pode gerar desemprego”, afirma.

O coordenador do DSST, Luisinho, afirmou que os trabalhadores precisam antecipar a história e ter certeza do futuro. “Que a nanotecnologia venha, que seja boa para a humanidade, mas não leve a vida de nenhum trabalhador”, afirmou.

Paulo Segura

Palestrante Paulo Martins
Paulo Segura

Palestrante Richard
Jaelcio Santana