Ontem, dia 22, alguns sindicatos em todo o país cumprindo o mandato determinado pelas centrais sindicais realizaram panfletagens e manifestações em locais de trabalho e em pontos de concentração popular contra a deforma previdenciária.
Sucedendo a um feriado prolongado (especialmente em São Paulo) a organização coletiva do evento deixou a desejar; a munição da batalha, ou seja, o próprio panfleto a ser distribuído só ficou pronto e foi entregue no fim da tarde que precedia a ação.
Não há de maneira consolidada um balanço realista do que foi feito em todo o Brasil e a mídia grande ignorou a jornada. Pode-se dizer apenas que ela produziu “manifestações esparsas” com fria recepção pelos trabalhadores e pela população.
Como se trata da primeira mobilização que pretende ser permanente, até mesmo porque a iniciativa da deforma previdenciária paira como ameaça sobre os trabalhadores, é preciso que se analise com seriedade e espírito unitário, o que é preciso fazer para melhorar o nosso desempenho.
Como sempre é necessária a unidade de ação para a resistência e a responsabilidade coletiva e individual; mas é preciso acrescentar na lista do que deve ser evitado o imenso fosso entre voluntarismo palavroso e empenho efetivo. O primeiro passo foi tímido e hesitante, mas a caminhada é longa e exige fôlego, inteligência e senso de oportunidade.
No dia 26 estão previstas manifestações de repúdio ao esfacelamento do ministério do Trabalho.
Levando-se em conta a experiência da jornada contra a deforma previdenciária deveríamos concentrar nossa atuação em preparar alguns atos representativos e carregados de simbolismo, como um “abraço” ao prédio do ministério em Brasília e concentrações nas mais fortes superintendências estaduais, convocando-se todos os aliados dos trabalhadores que têm posição contrária ao desmantelamento do ministério (por exemplo, ex-ministros do Trabalho, funcionários, auditores, procuradores, juízes, advogados e outras personalidades)
O caminho é longo, é preciso acertar o passo e andar junto com os trabalhadores.
Por João Guilherme Vargas Netto, consultor de entidades sindicais de trabalhadores