Líder do governo no Senado disse que, por entendimento de Rodrigo Maia, Eunício Oliveira e o governo, votação ficará para 2018. Planalto afirma que presidente ainda discutirá assunto.
Guilherme Mazui, G1, Brasília
Após o líder do governo do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciar nesta quarta-feira (13) que a votação da reforma da Previdência ficará para fevereiro de 2018, o Palácio do Planalto divulgou uma nota na qual informou que o presidente Michel Temer ainda definirá com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), a data da votação.
O anúncio de Jucá foi às 17h05 desta quarta. A nota do Planalto foi divulgada às 18h52.
Segundo a colunista do G1 Andréia Sadi, o anúncio de Romero Jucá sobre a votação da reforma da Previdência irritou a cúpula do Planalto.
Segundo o blog, na avaliação de governistas, Jucá “queimou a largada” porque o governo se esforçava para anunciar o adiamento somente na próxima semana. O objetivo era sinalizar ao mercado que tentou a votação até a véspera do recesso.
O anúncio de Jucá
Por meio da assessoria, Jucá informou que a votação ficou para fevereiro.
Minutos depois, o senador chamou a imprensa para uma entrevista coletiva na qual disse que a decisão de deixar a votação para fevereiro foi tomada após acordo entre Eunício e Maia, acrescentando que o Palácio do Planalto havia participado do entendimento.
Anúncio não cabe a Jucá, diz líder
O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que, na opinião dele, não cabe a Jucá ou a outro membro do governo definir a pauta de votações do Congresso. Para Ribeiro, a atribuição é dos presidentes da Câmara e do Senado.
“Essa definição de data deve ser feita por quem pauta e não é o governo que pauta. São os presidentes das casas. Eu, como líder do governo, não pauto o presidente da Câmara. Temos que esperar o presidente Temer, Maia e Eunício terem essa definição”, afirmou.
“Ruídos são naturais em momentos como esse. Mas esse tipo de ruído não interfere em nada. Não vamos supervalorizar o que não tem valor”, acrescentou.