O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano. A decisão, tomada nesta quarta-feira (19), foi unânime.
A taxa estava em 14,25% ao ano desde julho do ano passado. Nas nove reuniões anteriores, o BC decidiu manter a Selic no mesmo nível, no mais longo período de estabilidade desde 1999.
Os juros não caíam desde outubro de 2012, quando o BC decidiu baixá-los de 7,5% para 7,25% ao ano.
Segundo analistas de mercado ouvidos pela agência de notícias Reuters, um corte de 0,25 ponto –e não de 0,5, como alguns especialistas esperavam– sinaliza que o BC não tem pressa para reduzir os juros diante de uma inflação ainda alta e com a incerteza sobre a votação, no Congresso, de medidas para equilibrar as contas públicas.
Juros X Inflação
Os juros são usados pelo Banco Central para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
Em nota divulgada após a reunião, o BC afirmou que vai avaliar o “ritmo de aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia” e se a inflação entrará em trajetória de queda “em velocidade adequada”, ressaltando que o objetivo é “garantir a convergência da inflação para a meta de 4,5%”.
A meta é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 2 pontos, ou seja, pode variar entre 2,5% e 6,5%. Porém, a alta dos preços está bem acima desse limite máximo. Apesar de ter desacelerado em setembro, atingiu 8,48% em 12 meses.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a desaceleração mais acentuada do que se esperava da inflação em setembro indica que o país “está voltando à normalidade“.