Bombeiros acampados em frente à Alerj conseguem apoio de deputados do Rio

Hanrrikson de Andrade
UOL Notícias/Rio de Janeiro

Os oficiais do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro (CBMERJ) acampados em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) conseguiram agendar para a tarde desta segunda-feira (6) uma assembleia com deputados estaduais e federais a fim de discutir soluções para o impasse entre governo do Estado e corporação – os bombeiros exigem aumento salarial e melhores condições de trabalho. A reunião deve acontecer às 16h, na escadaria do Palácio Tiradentes , no centro da cidade.

Mais de cem soldados do CBMERJ continuam os protestos pela libertação dos 439 bombeiros presos há dois dias durante a invasão ao quartel central da corporação. Munidos de faixas e cartazes, pelo menos 50 manifestantes estão acampados no local há mais de 13 horas. A principal reivindicação neste momento é a soltura dos colegas detidos, que foram transferidos para o quartel de Jurujuba, em Niterói, na região metropolitana.

Segundo os manifestantes, todos os parlamentares que passaram pelo local do ato nesta manhã prometeram apoiar as reivindicações da corporação, entre eles Flávio Bolsonaro (PR-RJ), Paulo Ramos (PDT-RJ), Chico Alencar (PSOL-RJ) e Alfredo Sirkis (PV-RJ). O protesto está ganhando novos adeptos na medida em que chegam soldados de outros quartéis do Rio – são esperados oficiais da região serrana e de Niterói. A maioria está acompanhada de esposas e filhos.

Apoio da OAB
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro declarou nesta segunda-feira apoio aos bombeiros fluminenses que cobram do governo do Estado piso salarial de R$ 2.000 (atualmente, eles ganham cerca de R$ 950 mensais), vale-transporte e melhores condições de trabalho, em especial para os salva-vidas.

A nota, assinada pelo presidente do órgão no Estado, Wadih Damous, diz que as reivindicações são justas, mas ressalta que a truculenta invasão ao quartel central da corporação, na última sexta-feira, não está de acordo com os princípios de um Estado democrático de direito.

Frio e fome
Os soldados improvisam barracas de camping no vão central em frente ao Palácio Tiradentes e garantem que frio e fome são problemas menores diante da situação conflituosa vivida pela corporação.

“O frio ontem não foi brincadeira e temos pouca comida, mas o que mais me incomoda é a falta de respeito do governo estadual para com a corporação. Se o Palácio Guanabara [residência oficial do governador Sérgio Cabral] pega fogo, quem vai lá apagar? Não aguentamos mais essa situação de descaso. Chegamos ao limite”, disse um cabo, identificado apenas como Silvério.

Antes de chegar à escadaria do Palácio Tiradentes, por volta das 21h50 deste domingo (5), os manifestantes que madrugaram no local fizeram uma passeata pela ponte Rio-Niterói.

O policiamento na Alerj foi reforçado pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar e não há registro de tumultos até o momento. A segurança também foi reforçada no quartel central da corporação, que teve o portão principal derrubado. Dez policiais militares estão posicionados na calçada do quartel. O portão foi recolocado, mas está sendo apoiado por um carro dos bombeiros.