O Brasil encerrou 2017 com mais demissões do que contratações, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) que serão divulgados pelo governo nos próximos dias.
Por laís Alegretti e Bruno Boghossian
Em dezembro, o saldo de emprego formal ficou negativo em 328.539 vagas, de acordo com informações obtidas pela Folha.
Com o fechamento desses postos de trabalho, o ano de 2017 acumula um resultado negativo de 28 mil vagas, de acordo com relatório produzido pelo Ministério do Trabalho. De janeiro a novembro, o Caged acumulava um saldo positivo de 299.635, segundo dados ajustados.
Apesar do resultado negativo, o saldo do ano passado é melhor que o registrado em 2015 (fechamento de 1,5 milhão de vagas ) e em 2016 (encerramento de 1,3 milhão de postos de emprego).
O governo Temer considera que os números sinalizam uma recuperação “significativa” do emprego em comparação com anos anteriores, nas palavras de um auxiliar do presidente.
Assessores de Temer argumentam que os dados de dezembro, embora negativos, são os melhores desde 2012 e que o resultado de 2017 revela uma retomada após dois anos seguidos em que foram fechadas mais de 1 milhão de vagas.
O resultado negativo, contudo, frustra a expectativa do governo de divulgar o aumento de vagas de trabalho formal no mesmo ano em que a reforma trabalhista entrou em vigor.
Desde a saída do ex-ministro Ronaldo Nogueira no fim de 2017, o Ministério do Trabalho está sem titular. Temer chegou a nomear a deputada Cristiane Brasi (PTB-RJ), mas a posse dela foi suspensa por decisões judiciais.
Em dezembro, Nogueira havia informado que a expectativa era de que o resultado acumulado em 2017 ficasse próximo a zero.
“Espero que não tenhamos saldo negativo no somatório do fechamento do ano. Deve haver uma estabilidade”, disse Ronaldo Nogueira, horas antes de deixar o cargo.