Brasileira deseja a aposentadoria mais cedo

Quando o assunto é planejamento da vida pós-trabalho, pesquisa internacional da Mongeral Aegon mostra que 10% do público feminino consideram-se preparados para um futuro tranquilo

A mulher brasileira quer se aposentar quatro anos mais cedo, aos 58 anos, ante a média global de 62 anos. Já as americanas, holandesas e britânicas só pensam “em pendurar as chuteiras” aos 66 anos.

Segundo pesquisa internacional da Mongeral Aegon Investimentos com 16 mil pessoas em 15 países, sendo mil no Brasil, a pretensão da brasileira pelo descanso mais cedo é igualada ao das indianas (aos 58 anos), mas é menor em relação às chinesas (aos 53 anos) e as turco-otomanas (aos 55 anos).

No Japão a idade pretendida é 61 anos; na Hungria é de 63 anos; na França, no Canadá e na Polônia essa decisão é para os 64 anos. Na Alemanha, na Suécia e na Espanha, o descanso do trabalho é pretendido aos 65 anos.

No entanto, mesmo com o objetivo de aposentadoria mais cedo, apenas 19% consideram economizar o suficiente para o futuro, enquanto 24% das brasileiras estão economizando muito pouco para financiar sua aposentadoria programada no futuro.

Na média global, 7% nunca pouparam para a aposentadoria e não pretendem poupar; 24% não estão poupando mas pretendem fazê-lo; 21% só poupam ocasionalmente, de vez em quando para esse objetivo; 12% afirmam que não estão poupando agora, apesar de tê-lo feito no passado.

No aspecto positivo, na média global, 36% das mulheres estão poupando para a aposentadoria, sendo que 10% consideram que estão poupando o suficiente para ter um futuro mais tranquilo.

Questionadas se vão conseguir renda suficiente no futuro, ou seja, acumular um patrimônio que financie essa aposentadoria, um terço das brasileiras (33%) acredita que sim, mas 27% afirmaram não saber se vão alcançar esse objetivo.

O levantamento global apontou que 23% das mulheres admitem que estão muito despreparadas e que quase não economizam, e somente 20% acham que estão no caminho certo para alcançar a renda necessária no futuro.

Em outra questão, a pesquisa da Mongeral Aegon aborda se em relação aos ganhos atuais, qual o percentual de renda bruta anual a mulher espera precisar na aposentadoria. Nesse item, a brasileira espera precisar de 77% de sua renda atual, patamar inferior a do público feminino na Polônia (81%) e na Hungria (86%).

Apesar do avanço no mercado de trabalho e na geração de renda nos últimos anos, a mulher brasileira ainda considera depender de seu cônjuge ou parceiro no futuro durante o período da aposentadoria.

Segundo a pesquisa, 64% das mulheres brasileiras ainda consideram que a renda de seu cônjuge (marido) ou parceiro será muito ou extremamente importante no futuro.

Em termos comparativos, esse comportamento só é superado pela mulher indiana, 67% delas contam com a renda do cônjuge na aposentadoria, ante a média de 54% nos 15 países pesquisados.

“Houve uma evolução no Brasil nos últimos anos. O nível educacional da mulher é equiparável ao dos homens. Elas também conquistam uma melhor posição no mercado de trabalho, mas ainda há uma diferença em relação aos homens no preparo para aposentadoria”, afirma o assessor estratégico da Mongeral Aegon, Leandro Palmeira.

O executivo explicou que o público feminino ainda apresenta maior dificuldade para poupar recursos e 37% não estão confiantes em se aposentar com estilo de vida confortável. “Na média, elas ganham 27% menos que os homens e também tem menos acesso aos benefícios previdenciários”, diz.

Alerta geral

Diante dos resultados coletados na pesquisa, Leandro Palmeira alertou sobre a ilusão de que a seguridade pública social no Brasil é abrangente. “Se a pessoa está acima do teto do INSS [Instituto Nacional de Seguridade Social] é necessário buscar um planejamento financeiro mais adequado para garantir a qualidade de vida na aposentadoria, assim como buscar maior conhecimento e entendimento sobre os produtos disponíveis no mercado”.