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Brasileiras são mais escolarizadas, mas homens têm renda maior, mostra ONU

Fonte: O Globo

No país com o menor IDH do mundo, a República Centro Africana, a representatividade das mulheres no Congresso é maior do que no Brasil

Quando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2015 é aberto por sexo, no Brasil as mulheres têm um indicador, o Índice de Desenvolvimento de Gênero, um pouco superior ao dos homens, 0,754 frente a 0,751, pois são mais escolarizadas e vivem mais. No entanto, apesar do maior grau de escolarização, os homens brasileiros ainda têm um indicador de renda significativamente mais alto do que as mulheres, de acordo com o estudo da ONU divulgado nesta terça-feira.

Quando essa realidade é confrontada com a média mundial, os indicadores brasileiros são melhores, à exceção dos anos médios de escolaridade dos homens brasileiros, que estão em 7,5 anos, frente aos 8,8 da média em todo mundo e da renda nacional bruta per capita dos homens brasileiros, que também é inferior à media mundial (US$ 17.736 frente aos US$ 18.555 em todo o mundo). Os demais indicadores: IDHs feminino e masculino, expectativa de vida ao nascer, expectativa de anos de escolaridade, para ambos os sexos, e anos médios de escolaridade e renda per capita, ambos das mulheres, são superiores às medias mundiais.

Quando a ONU avalia a desigualdade nas dimensões saúde produtiva, do empoderamento e da atividade econômica, formando o Índice de Desigualdade de Gênero, o Brasil ocupa a 92ª posição entre os 159 países para os quais o indicador foi calculado, com pontuação 0,414. Esse ranking é liderado pela Suiça, seguido de Dinamarca, Holanda, Suécia e Islândia. Os com pior índice são Iêmem, Niger, Chade, Mali e Costa do Marfim.

Em relação à média mundial, o Brasil só têm indicadores melhores de taxa de mortalidade materna e de particiapação na força de trabalho, que é maior tanto para os homens quanto mulheres. No Brasil, há 67 nascimentos a cada 1000 mulheres entre 15 e 19 anos, enquanto que a média do mundo cai para 44,7 partos. Quando se observa o número de assentos em parlamentos, no Brasil a incidência de mulheres cai pela metade, ocupavam 10,8% deles em 2015, enquanto no mundo a média era de 22,5%. Até no país com o menor IDH do mundo, a República Centro Africana, a representatividade das mulheres é maior no Congresso: ocupam 12,5% do total de assentos, de acordo com a ONU.

Ainda segundo o documento, no Brasil, apesar de as mulheres terem maior expectativa e média de anos de estudo do que os homens, a renda per capita do homem é 66,2% maior do que a da mulher.

O representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil, Niky Fabiancic, lembrou nesta terça-feira pela manhã que uma em cada três mulheres já foi vítima de violência física ou sexual, que as mulheres ganham em média 24% menos que os homens e ocupam somente 24% dos altos cargos empresariais no mundo. Em 18 países, elas ainda necessitam da aprovação do marido para trabalhar.