Diário do Grande ABC
Os brasileiros que estão próximos de se aposentar, em geral, ainda não conseguiram poupar o suficiente para passar com tranquilidade a velhice. É o que aponta estudo realizado pela BlackRock, empresa que dá orientações sobre investimentos para consumidores, instituições e profissionais financeiros.
Em todo o País, de acordo com a pesquisa, a quantia total economizada pelos pré-aposentados (com idades entre 55 e 64 anos) não daria nem para um ano de aposentadoria. Mais especificamente, esse público guardou média de apenas R$ 6.250, mas a estimativa da empresa é de que precisariam de renda anual de R$ 67 mil, ou seja, mais de dez vezes acima desse valor.
Os principais fatores que dificultaram suas economias, de acordo com os entrevistados foi, em primeiro lugar, o custo de vida (47%), seguido pela renda insuficiente (36%), por despesas não planejadas (29%) e pela alta dívida no cartão de crédito (21%).
Quando questionados sobre o que recomendariam a si mesmos se fossem mais novos, os brasileiros pré-aposentados disseram que teriam começado a poupar mais cedo (38%), gastado menos (47%), priorizado a aposentadoria em vez de outras coisas e quitado suas dívidas mais cedo (26%).
A pesquisa aponta ainda que 49% afirmam que a prioridade financeira é economizar, aumentar o patrimônio (47%) e investir para ter uma vida tranquila na velhice (44%).
O aumento da longevidade – de acordo com os últimos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a expectativa de vida ao nascer atingiu 71,2 anos para o homem e 74,8 para a mulher em 2014 – torna ainda mais necessário o planejamento para garantir a segurança financeira no futuro, avaliam os especialistas da BlackRock.
CONFIANÇA – Apesar dos problemas, o brasileiro é um otimista em relação a seu futuro financeiro e suas decisões de poupança, segundo o estudo. Entre os entrevistados no País, 77% mostram confiança, enquanto, nos outros países, em média, esse percentual cai para 56%. A geração Y (de 25 a 36 anos) e os que contam com consultoria são os que têm maior otimismo (respectivamente 82% e 91%).
E o estudo aponta, ainda, que quase metade dos pesquisados afirma investir ou economizar cerca de 50% de sua renda mensal. No entanto, 64% apostam em ativos de alta liquidez (investimentos que podem ser rapidamente resgatados sem grande influência no preço, por exemplo, a caderneta de poupança), seguidos de imóveis (11%), títulos (7%) e ações (4%). A escolha de onde investir, segundo os entrevistados, reflete cautela (38%) e segurança – ou seja, menor risco de perdas – (41%).
Outro dado da pesquisa é que a população do Brasil apresenta interesse em conhecer mais sobre investimentos. Dos entrevistados brasileiros, 72% afirmam disposição em aprender em relação ao assunto. É mais do que na Ásia (65%) e Europa (39%).