FONTE: Diário do Litoral
Sindicalistas de todas as centrais sindicais vão ‘invadir” hoje o Congresso Nacional, em Brasília, para barrar a votação do PL 4330/04, que trata da regulamentação da terceirização de serviços, que ameaça todos os trabalhadores com carteira assinada.
O projeto será votado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados. No mês passado, houve tumulto na Câmara Federal, pois líderes sindicais foram ao local para impedir a antecipação da votação, que vinha sendo articulada por alguns parlamentares.
Na última sexta-feira, o movimento sindical da Baixada Santista paralisou a região com manifestações, e um dos itens foi o PL-4330.
“Nós não podemos permitir que esse projeto nocivo aos trabalhadores seja votado e se for para votação, não podemos deixar que seja aprovado, pois ele acaba com o trabalhador com carteira assinada”, justificou Ricardo Saraiva, Big, presidente do Sindicato dos Bancários e coordenador da central sindical Comlutas/Intersindical.
Já o coordenador da Força Sindical, Herbert Passos Filho, que é presidente dos Químicos diz que os deputados vão sentir a força de mobilização dos trabalhadores.
“Temos que pressionar, e impedir a votação e aprovação, pois o número estatístico sobre a terceirização é elevado. Existem hoje no País cerca de 13 milhões de trabalhadortes terceirizados e temos que colocar um ponto final nisso”.
“Este projeto, de autoria do empresário e deputado Sandro Mabel, só interessa aos patrões e traz enormes prejuízos à classe trabalhadora. Estão querendo transformar o assalariado em trabalhador avulso, retirando-lhes direitos e conquistas trabalhistas, e nós não podemos permitir”, mencionou Paulo Pimentel,PP, presidente do Sintrasaude e coordenador da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) na Baixada Santista.
Sindicalistas lutam para PL da terceirização não ser votado na Comissão de Justiça
Sindicalistas da Força Sindical e demais centrais estão na Câmara dos Deputados conversando com os parlamentares para sensibilizá-los a não votar o PL 4330, que amplia a terceirização. “Nosso esforço é para não colocar o projeto na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)”, afirma Sérgio Luiz Leite, Serginho, representante da Força Sindical na Comissão Quadripartite (trabalhadores, empresários, governo e parlamentares), que discutiu a proposta durante algumas semanas e que terminou sem acordo.
Serginho observou que “a negociação voltou a estaca zero, foi do ruim (proposta do relator Arthur Maia) para o péssimo. O sindicalista se refere às mudanças feitas pelo relator ontem (dia 2) de retirar o artigo 10. Com esta medida não fica garantida a representação sindical e no artigo 4º foi enfatizado que podem ser terceirizadas quaisquer atividades”.
“Nossa prioridade é não votar o PL nem na Comissão. Ao mesmo tempo estamos nos preparando para conseguirmos rejeitar o projeto se ele for colocado em votação. Nosso caminho é a Comissão, o plenário, o Senado e a Justiça”, informou Serginho.