Para reduzir os índices de acidentes de trabalho, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-CE) e o Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon-CE) lançaram na manhã de ontem a campanha “O Acidente Não Compensa”.
A iniciativa dará certificados às empresas que atenderem aos requisitos de segurança para os funcionários. Também haverá ações educativas em empreendimentos na Capital. Oito operários da construção civil morreram em decorrência de acidentes de trabalho desde o início do ano no Ceará. O dado é do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil (STICRMF).
Com a campanha, as empresas poderão solicitar a visita do Sinduscon, que criará relatórios sobre as falhas de segurança para que as construtoras tomem providências. Caso o reparo seja feito, as empresas ganharão o selo atestando segurança. As construtoras associadas poderão solicitar o serviço gratuitamente. O presidente do sindicato, André Montenegro, ressaltou a necessidade de fazer a prevenção. “Num acidente todos perdem: o trabalhador perde a capacidade de trabalho ou até a vida, a família pode perder um ente e a empresa perde o funcionário. Além da União, que tem de arcar com as despesas”, lembrou.
Segundo Tarcísio Lima Verde, presidente do TRT-CE, apesar de outros setores também registrarem acidentes, “a construção civil é o que apresenta números mais elevados”. Segundo o órgão, as principais causas dos acidentes são: negligência das construtoras em não fornecer os equipamentos de segurança e irregularidades na execução da obra.
O desembargador Francisco José Gomes relembrou as duas mortes no desabamento de ponte em obra do canal do Lagamar, parte do conjunto de intervenções entre as avenidas Raul Barbosa e Murilo Borges, em fevereiro deste ano. Ele também comentou as duas mortes no desabamento do edifício Versailles, no bairro Meireles, no ano passado. “Nos dois casos foram falhas das empresas e elas serão responsabilizadas”, disse.
(Igor Cavalcante)