Fonte: Diário de Mogi
Cerca de 600 funcionários da fábrica de tratores Valtra, em Braz Cubas, entraram em greve ontem (24) para reivindicar a revisão no acordo de pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Conforme afirma o Sindicato dos Metalúrgicos de Mogi das Cruzes e Região, a paralisação afetou todo o setor produtivo da empresa e deve ser retomada hoje.
Segundo explica Silvio Bernardo, diretor do Sindicato, a Valtra concordou com o pagamento de R$ 4 mil a cada um dos 800 funcionários caso a meta de fabricação de 15,8 mil tratores fosse atingida. O sindicalista afirma que com as demissões ocorridas durante o ano, concessão de férias coletivas e redução no número de produtos oferecidos pela Valta, a meta acabou se tornando inatingível.
“Essa meta não foi atingida por fatores que não eram controlados pelos trabalhadores. Por isso, seria necessária uma revisão no acordo fechado no ano passado”, ressalta, afirmando que a empresa encerrou o período com a produção de 12,1 mil tratores.
Ainda de acordo com o sindicalista, a Valtra efetuou o pagamento de R$ 1,6 mil em julho do ano passado, garantindo uma nova parcela de R$ 700,00 para os próximos meses. “Isso dá 57% do que tinha sido combinado. Está muito distante da nossa proposta. Não precisa chegar a 100%, mas se conseguíssemos pelo menos a proporção do que foi efetivamente produzido [76%], já seria aceitável”, completa.
O diretor do Sindicato diz que se não houver acordo com a empresa, a Justiça deve ser acionada para obrigá-la a rever o acordo. Uma nova assembleia está marcada para hoje, às 9h30, quando novamente os trabalhadores decidirão por uma nova paralisação ou pela retomada das atividades.
Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa, a AGCO, controladora da marca Valtra, afirma que “a empresa respeita o movimento e está trabalhando para retomada das atividades fabris”. A companhia não respondeu se vai rever o acordo. “A AGCO tem um compromisso sério com os seus colaboradores e reconhece sua importância para a companhia e o desenvolvimento agrícola do País”, finaliza. (Danilo Sans)