“Os movimentos sociais que intitulam-se de esquerda são uma grande fábrica de sujeitos teóricos e parasitários, que não contribuem em nada para a conscientização geral de que estamos vivendo um momento de conflito ideológico e de exceção de direitos sociais e políticos!
A grande massa da população está alheia a esta percepção, pois o sintoma de negatividade é imposto em seu subconsciente através dos meios de comunicação e da classe empresarial fascista, com seus pseudo moralismos, fazendo com que se negue qualquer tipo de vínculo político e difundindo a falsa ideia de que a democracia é um grande mal. Tudo de forma estratégica, premeditada e altamente articulada: se unem em torno de um projeto de dominação, deixando a esquerda em “esquizofrenia”!
A pouco meses das eleições, a “esquerda” se debate sobre o que fazer, mas, de forma desunida, cada um cuidando do seu próprio “feudo”. Isto porque a “esquerda” que esteve no poder trabalhou mal, pois os mesmos “abutres” que chamou para governar em “parceria” são os que hoje comem sua carne. Impressionante a não capacidade de se livrarem de seus predadores.
Recentemente, enquanto alguns movimentos tentavam em Curitiba construir uma unidade em torno da luta pela liberdade (liberdade pelo direito de protestar, de disputar eleições de forma livre, por uma justiça igualitária e pelo direito de ter direitos), outros movimentos sociais, sindicais e políticos fizeram de conta que não tinham nada a ver com este acontecimento de importância histórica para o Brasil, com reconhecimento internacional.
A questão principal não é se o ex-presidente Lula é culpado ou não. Precisamos refletir sobre este “amadorismo” de uma esquerda toda fragmentada e sobre os argumentos nada convincentes dos intelectuais da classe média acomodados na ideia de uma revolução digital.
Ocorre que o ódio está plantado nas mentes e nos corações controlados por uma máquina de despolitização que existe há séculos e toda essa artilharia voltada contra o povo vem sendo impregnada de forma sutil, também há muito tempo.
Primeiro promove-se a negação da política, depois – com expressiva participação da grande mídia massificadora – apresentam alguém com perfil “nacionalista”, “populista”, sem vínculo com políticos, aproveitando o sonho da classe média de achar que os EUA são o melhor modelo de democracia para o Brasil.
Alguns sujeitos sindicais fazem “vista grossa” e se aliam a tudo isso, de forma consciente, por acharem que estarão dentro do projeto desta elite. Fazem o papel de “marionetes”, ajudando a empurrar a massa de trabalhadores para o abatedouro e sem nenhum pudor ou vergonha de dizer que são representantes da classe trabalhadora.
A elite de direita com projeto já tem seus candidatos para ocuparem a maioria do Congresso Nacional e a presidência da República. Só não vê quem não quer.
Os empresários com os meios de comunicação, a escória da classe média e a parte alienada dos movimentos sociais já definiram o perfil ideal e dão “vivas” ao empresário nacionalista brasileiro, às réplicas da Estátua da Liberdade que representa este nacionalismo nas portas de uma famosa empresa no Brasil e ao escravista da Riachuelo (que muitos consideram um exemplo de patriotismo e de empreendedor com todas as virtudes para levar o Brasil ao futuro).
Vamos, então, todos vestidos de verde-amarelo, nos ajoelhar perante a burguesia maçônica, cantar o hino nacional e esquecer quem somos e quem defendemos? Vamos com muito trabalho, meritocracia e patriotismo vencer os corruptos, comunistas, sindicalistas e artistas e queimar as bandeiras vermelhas?
Meus amigos, minhas amigas: os mesmos que hoje traem a classe trabalhadora em busca de uma boquinha nos governos serão, com certeza, como sempre, excomungados pela elite. E que a esquerda amadora não venha depois dizer que não teve culpa!
Edenilson Rossato (Alemão)
diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes