BRASÍLIA – As centrais sindicais se posicionaram contra o veto à mudança no fator previdenciário em reunião com os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, da Secretaria Geral, Miguel Rossetto, das Comunicações, Ricardo Berzoini, e da Previdência, Carlos Gabas, nesta segunda-feira no Palácio do Planalto, em Brasília.
“As centrais tomaram como decisão que se a presidente Dilma Rousseff quiser alguma alteração na aplicabilidade da [regra] 85/95, primeiro ela promulgue e depois as centrais vão sentar e debater alternativas. Isso vamos fazer após promulgação”, disse o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, em coletiva de imprensa após a reunião.
A fórmula citada por Torres leva em conta a soma do tempo de serviço e da idade do trabalhador. Caso essa conta supere 85 para mulheres e 95 para homens, a pessoa pode se aposentar sem a aplicação do fator previdenciário.
A posição, de acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, “é uma unidade de todas as centrais sindicais brasileiras. Isso para nós é que há de mais importante na agenda da classe trabalhadora nesse período agora”.
Torres, da Força Sindical, explicou que as centrais pedem a sanção da alteração para a partir daí discutir mudanças no sistema de Previdência. Isso porque, lembra ele, essa fórmula foi discutida em 2007, mas na ocasião o governo acabou desistindo de fazer a mudança no sistema previdenciário. Desta vez, para pressionar pela sanção da medida, Torres informou que as centrais realizarão uma vigília em frente ao Planalto entre a terça e a quarta-feira, já que o prazo para a assinatura da MP termina nesta semana.
Além disso, questionado sobre outras alternativas, Torres avaliou que “podemos até ter cláusula revisional, talvez até tenha outras propostas, mas falar isso agora é prematuro”. Logo depois, ele afirmou que também é “contra idade mínima. Centrais estão unânime quanto a essa questão”.
Como já havia informado o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Edinho Silva, o governo não fez propostas durante a reunião, já que o objetivo era ouvir a posição das centrais e que a questão só será fechada após Dilma escutar todos os lados.