Centrais são contra fator 85/95 progressivo

As centrais sindicais divulgaram documento conjunto ontem afirmando que são contra as mudanças na aposentadoria por tempo de contribuição, propostas pelo governo na medida provisória 676, que cria o fator 85/95 progressivo.

Segundo o documento, redigido ontem após longa reunião na sede do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB vão reunir todos os esforços no Congresso Nacional para garantir o 85/95 fixo, sem progredir conforme aumenta a expectativa de vida dos brasileiros. “As centrais sindicais discordam da progressividade da fórmula na nova medida provisória encaminhada ao Congresso”, diz a nota.

O documento, no entanto, não esclarece se os sindicalistas continuarão a debater com o governo soluções no fórum de trabalho e previdência criado pelo Planalto em abril, que conta com representantes das centrais, da União e dos patrões.

De acordo com Miguel Torres, presidente da Força Sindical, esse assunto não foi tratado na reunião, já que a meta agora é procurar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tentar derrubar o veto da presidente Dilma Rousseff à fórmula 85/95 fixa.

Torres também afirmou que as centrais estão preocupadas com o futuro da Previdência Social, por isso, acredita que novas discussões sobre progressividade poderão ser feitas. “O que nós pensamos é que podemos fazer uma revisão a cada cinco ou seis anos, conforme o aumento da expectativa de vida, mas tem que ver qual vai ser esse aumento”, disse.

Segundo ele, o 85/95 irá adiar a aposentadoria de milhões de trabalhadores. (GG)