Representantes de quatro centrais sindicais pediram nesta terça-feira (12) ao presidente do Senado, Renan Calheiros, a rejeição das Medidas Provisórias (MPs) 664/2014 e 665/2014, que alteram a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Renan ouviu os argumentos dos integrantes da Força Sindical, ConLutas, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), acompanhados do deputado federal Paulo Pereira (SSD-SP) e do senador Paulo Paim (PT-RS).
O presidente do Senado contou aos trabalhadores que conversou com a presidente da República, Dilma Rousseff, sobre uma agenda positiva para o setor produtivo do país, durante a viagem para Joinville, na segunda-feira (11), quando participou do sepultamento do senador Luiz Henrique (PMDB-PR).
— Propus: presidente Dilma, temos de fazer um pacto. O Congresso Nacional está consciente e convencido de sua responsabilidade. Se temos na Lei de Diretrizes Orçamentárias uma meta para a inflação e para o superávit, por que não tratarmos nessa proposta, a manutenção dos empregos? — contou Renan.
Renan Calheiros voltou a criticar a maneira como o ajuste fiscal vem sendo conduzido.
— É um ajuste trabalhista, e não fiscal como vem sendo anunciado. Precisamos ter a coragem de abstrair. De nos abrirmos, conversar, localizar o problema e dar uma solução. Não jogar o custo no trabalhador e sim estimular setores produtivos, que geram mão de obra — disse.
O presidente do Senado também voltou a afirmar que embora defenda uma regulamentação para a terceirização, é contra liberar esse tipo de contratação para a área fim.
— Isso precariza. Nesse atropelamento todo, corre-se o risco de fazer com que a gente cobre a conta de quem menos tem condições de pagá-la, que é o trabalhador — lembrou Renan.
O presidente do Senado garantiu aos representantes dos trabalhadores que haverá ampla discussão sobre questões ligadas às categorias. Convidou as centrais para participarem da sessão temática sobre terceirização, marcada para o próximo dia 19 e afirmou que as galerias estarão abertas para a sociedade quando o Plenário for votar propostas que tratem de direitos trabalhistas.