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Conferência Mundial de Desenvolvimento de Sistemas Universais de Seguridade Social

As centrais sindicais, a Confederação Sindical das Américas (CSA) e a OIT(Organização Internacional do Trabalho) participaram da I Conferência Mundial de Desenvolvimento de Ssistemas Universais de Seguridade Social. 

Na oportunidade foi elaborado um documento com as principais linhas adotadas pelo movimento sindical.

A representante da Força Sindical, Ruth Coelho Monteiro, secretária de Direitos Humanos participou da Conferência.

O documento, na íntegra, é o seguinte:

Trabalhadores e trabalhadoras em defesa de sistemas universais de seguridade social.

O movimento sindical das Américas, reunido na I Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento de Sistemas Universais de Seguridade Social, reitera o compromisso de luta em defesa de sistemas universais de seguridade social, direito humano fundamental cuja realização pressupõe um Estado forte, compromissado com os interesses da maioria da sociedade, capaz de responder aos conflitos e demandas gerados pela globalização, de gerar políticas consistentes de emprego e renda,  de viabilizar políticas de educação, saúde, habitação e demais condições que assegurem sobrevivência digna a todas as pessoas em todas as etapas da vida.

Considerando que o trabalho é um dos principais pilares dos sistemas de proteção social e  que a desconstrução dos direitos dele advindos repercute no conjunto da sociedade,  a eliminação do desemprego, da informalidade e da precarização são elementos estratégicos na   conformação de uma agenda internacional de lutas, sem perder de vista o desenvolvimento de políticas que garantam, numa perspectiva cidadã, a inclusão social de segmentos não integráveis pela via do trabalho.

Assim, resgatar a solidariedade em sua acepção genuína, a de classe, defender direitos e a  universalidade, apontando estratégias que possibilitem viabilizar a ampliação da cobertura vertical e horizontal dos sistemas de seguridade social, são questões que devem ocupar o centro do debate político em contraposição às investidas neoliberais, revigoradas pela recente crise econômica mundial, de flexibilização das relações de trabalho, de focalização das políticas sociais e de responsabilização individual pelas condições de sobrevivência.

O aumento da expectativa de vida e as demandas sociais e econômicas geradas pela evolução tecnológica e científica não podem servir de pretexto para reformas conservadoras dos sistemas de proteção social, sob o risco de comprometer a coesão social e própria democracia.

É um desafio superar entraves financeiros e fiscais de forma negociada com todos os segmentos da sociedade, com vistas a reverter as iniqüidades  geradas pelos escassos níveis de proteção social oferecidos atualmente, em especial em países da  América Latina e da África, onde parte significativa da população se encontra desamparada, sem qualquer suporte social. É inadmissível que passados mais de 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ainda persistam graves deficiências no acesso a direitos sociais, econômicos e culturais básicos que assegurem saúde, bem estar e o pleno desenvolvimento humano.

Seguridade social para todos, incluindo medidas para garantir um rendimento mínimo a todos que necessitarem de tal proteção; sistemas de saúde universais, públicos,  e gratuitos;  a geração e ampliação de Trabalho Decente, dignamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança; a ratificação e implementação da Convenção 102 da OIT de forma a assegurar patamares mínimos como ponto de partida para a estruturação de sistemas de proteção social; a transversalidade de gênero no conjunto das políticas públicas; o respeito às normas internacionais do trabalho, em especial os princípios e direitos fundamentais do trabalho compõem a Plataforma Continental de Seguridade Social dos sindicatos da América.

Neste contexto, nos somamos à sociedade civil e governos presentes na I Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento de Sistemas Universais de Seguridade Social pela construção de sistemas de seguridade social, públicos, integrais e solidários, que garantam uma efetiva redistribuição da riqueza; a superação de iniqüidades; a inclusão produtiva digna da população que hoje se encontra desempregada e subempregada; a proteção social, em especial a garantia de atenção à saúde pública e gratuita a todas as pessoas, independentemente da sua forma de inserção laboral, localização geográfica ou origem nacional.

Em conformidade com as diretrizes da OIT, reiteramos a defesa dos direitos historicamente conquistados, o Trabalho Decente e o diálogo social como elementos constitutivos dos sistemas de seguridade social e apresentamos como diretrizes estratégicas:

– O resgate e fortalecimento do caráter público do Estado; reformas tributárias e orçamentárias que estabeleçam mecanismos socialmente mais justos de arrecadação e distribuição dos recursos e fontes estáveis de financiamento da seguridade social;

– O aprofundamento da democracia, com a criação e/ou o aprimoramento dos mecanismos  de participação e de controle social das políticas públicas;

– A promoção da melhoria das condições de vida e de trabalho por meio de políticas públicas que assegurem:
* Oportunidades de emprego que proporcionem rendimento e condições de sobrevivência digna aos trabalhadores e trabalhadoras e suas famílias;
* Liberdade de escolher o trabalho e o direito à livre participação em atividades sindicais;
* Condições e relações de trabalho adequadas, que possibilitem a efetiva proteção da saúde e segurança dos trabalhadores, de forma a evitar acidentes e doenças;
* Condições de dignidade a todos os trabalhadores e trabalhadoras, independentemente da forma de inserção nos processos produtivos e de trabalho, para que sejam tratados com respeito e possam participar da tomada de decisão sobre suas condições de trabalho;

– Ratificação e implementação da Convenção 102 da OIT como ferramenta para ampliar a cobertura dos sistemas de seguridade social;

– Renda básica de cidadania como mecanismo estratégico de combate à pobreza e às desigualdades.

– Outros… (ou seja, incluir e melhorar as propostas que vamos apresentar)

Brasília, dezembro de 2010 

Por Assessoria de Imprensa da Força Sindical
www.fsindical.org.br