Rádio Peão Brasil
Após o Copom – Comitê de Política Monetária, do Banco Central, decidir por manter os juros básicos (taxa selic) em 6,5% ao ano pela terceira vez seguida, a Força Sindical emitiu nota mais uma vez criticando a decisão do Comitê do Banco Central.
Depois de vários cortes seguidos, Comitê do BC manteve a taxa desde maio, e analistas acreditam que continuará assim até o final do ano.
Miguel Torres, presidente interino da Força Sindical, que assina a nota, ressalta que ter um emprego formal e poder sustentar suas famílias com dignidade é o sonho dos trabalhadores, vítimas da crise econômica que assola o País. O sindicalista faz um questionamento no texto: “A quem interessa manter 66 milhões fora do mercado de trabalho?”
Torres diz que a decisão demonstra que o Copom está com excesso de cautela, e alerta que quem ganha com isto são os especuladores. “O governo precisa adotar medidas de estímulo ao crescimento econômico para criar novos postos de trabalho a fim de enfrentar a expectativa de desaceleração da economia, que vem caindo”, alerta.
Uma dessas medidas, segundo a nota da Força, é a redução da taxa de juros. “Investir na indústria, comércio e serviços gerará empregos, movimentará a economia e criará um círculo virtuoso que beneficiará a todos.”
Os juros básicos tiveram cortes seguidos de outubro de 2016 até março deste ano, passando nesse período de 14,25% para os atuais 6,5%. O movimento foi interrompido em maio. A próxima reunião do Copom está marcada para 18 e 19 de setembro.
Confira a seguir a nota na íntegra:
Manter Selic dificulta crescimento da economia e geração de empregos
Ao manter a taxa Selic, os tecnocratas do Copom (Comitê de Política Monetária) mostram que continuam insensíveis ao sofrimento de 66 milhões de pessoas que estão fora do mercado de trabalho.
O Copom segue regiamente a cartilha do mercado, de manter a inflação sob controle em detrimento de 34,1 milhões de pessoas que estão no setor informal, que são os trabalhadores por conta própria e os sem carteira.
Ter um emprego formal e poder sustentar suas famílias com dignidade é o sonho dos trabalhadores, vítimas da crise econômica que assola o País. A quem interessa manter 66 milhões fora do mercado de trabalho?
Na verdade o Copom está com excesso de cautela, e quem ganha com isto são os especuladores. Basta ver o lucro dos principais bancos do País no 1º semestre de 2018.
E o governo tem contribuído para isto. É só conferir os dados da vida real: juros do cheque especial são de 304% ao ano, o crédito rotativo está em 313% ao ano e o crédito não consignado (pessoa física) está em 114,7% ao ano.
É preciso que o governo adote medidas de estímulo ao crescimento econômico para criar novos postos de trabalho a fim de enfrentar a expectativa de desaceleração da economia, que vem caindo.
Uma dessas medidas é a redução da taxa de juros. Manter os juros altos é escolher uma política para privilegiar os especuladores, em vez de destinar os recursos para a produção.
Investir na indústria, comércio e serviços gerará empregos, movimentará a economia e criará um círculo virtuoso que beneficiará a todos.
Miguel Torres
Presidente interino da Força Sindical