Deere adere a programa federal para cortar jornada de trabalho

Valor Econômico

A John Deere vai aderir ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) do governo federal para reduzir em 30% a jornada de trabalho de 900 dos 1,5 mil funcionários da fábrica de colheitadeiras de Horizontina (RS). A adesão foi aprovada em assembleia dos trabalhadores na semana passada e agora aguarda a homologação do Ministério do Trabalho.

A empresa informou, por meio de sua assessoria, que o ingresso no PPE se deve à retração das vendas no setor e evitará 300 demissões na fábrica. No acumulado de janeiro a setembro, o mercado de colheitadeiras no país recuou 34,8% ante igual período de 2014, para 2.925 unidades, enquanto as vendas da John Deere caíram 38,8%, para 1.265 máquinas, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

A redução da jornada vai vigorar de dezembro deste ano a abril de 2016. Uma eventual prorrogação dependerá da reação do mercado e de negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos e com os empregados, explicou a empresa. Segundo a John Deere, não há previsão de estender a medida para outras unidades no país.

Com a adesão ao PPE, os salários dos empregados atingidos na fábrica – todos da área de produção – também serão reduzidos em 30%, mas a metade do corte será coberta pelo governo federal com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Os funcionários incluídos no programa ainda terão garantia de emprego durante a diminuição da jornada e mais um terço do período após o retorno às operações normais.