A presidente eleita Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta terça-feira que irá negociar com as centrais sindicais a proposta de reajuste do salário mínimo do ano que vem.
“Nós vamos de maneira sistemática valorizar o salário mínimo”, afirmou a petista em entrevista ao “Jornal da Band”.
Ela também disse que quer discutir o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dilma afirmou que pretende manter a fórmula de reajuste que considera a inflação do ano anterior àquele em que é dado o aumento e o valor do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos anteriores.
“Como o PIB do ano passado foi zero, a inflação seria o único aumento. Estamos discutindo com as centrais um aumento maior que esse”, disse Dilma, sem citar o fato de que em 2010 o crescimento do PIB será alto, o que irá impactar no reajuste de 2012.
Ela voltou a dizer que pretende ser a presidente de “todos os brasileiros” e que vai conversar com a oposição.
“Eu farei todo o esforço no sentido de reunir o Brasil todo no crescimento do país”, disse.
Dilma foi questionada sobre a declaração do presidente do PT, José Eduardo Dutra, de que é candidata natural em 2014. “A praxe é essa. Eu acho que essa praxe que o presidente eleito tem direito à reeleição. Não é cabível discutir isso agora”, respondeu.
A petista afirmou que terá todo cuidado no preenchimento de cargos ao combinar “capacidade técnica e liderança jurídica”. Ela também prometeu indicar o “máximo” de mulheres para cargos no governo.
De acordo com ela, não há uma briga por cargos entre os aliados. “A mim a briga ainda não chegou. Não tenho evidência de que exista briga por cargos.”
Ela prometeu tratar com rigor com desvios éticos em seu governo. “Quero deixar claro que, se houver falhas, as pessoas vão sofrer consequências.”
Sobre a questão agrária, ela disse que irá enfrentar a questão com equilíbrio. “Nós vamos resolver pela questão social”, disse.
A petista reafirmou compromisso da liberdade de imprensa. Declarou ser contra qualquer tipo de controle da mídia, mas defendeu o estabelecimento de um marco regulatório para o setor.
De acordo com a presidente eleita, o marco regulamentaria, por exemplo, a participação de capital estrangeiro no setor e a interação entre diferentes mídias. Ela defendeu que a legislação permita adaptações ao longo do tempo, para dar conta de futuras transformações.