Desemprego para trabalhadores sem ensino médio cresce e alcança 20,6%

Apesar de também ter aumentado, taxa para brasileiros com diploma universitário é de 6%; no recorte por região, piores números estão no Nordeste e Sudeste e os melhores dados vêm do Sul

O desemprego entre os trabalhadores que não concluíram o ensino médio subiu para 20,6% no segundo trimestre de 2016, ante 13,8% em igual período do ano passado. O dado foi divulgado ontem pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).

A análise do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) ainda mostrou avanços das taxas para aqueles que possuem diploma universitário (de 4,1% para 6%), ensino médio completo (de 9,9% para 12,8%), fundamental completo (de 9% para 12,9%) e fundamental incompleto (de 7,3% para 10%).

Também foi registrada alta para os trabalhadores considerados sem instrução (de 6,1% para 8,8%). Em outro grupo, o de ensino superior incompleto foi notada alta de 9,7% no ano passado para o atual patamar de 13,2%.

De acordo com especialista do IBGE, o desemprego cresceu de maneira proporcional em todos os níveis de instrução, chegando a patamares mais elevados nas classes em que as taxas historicamente são mais altas.

“Desde o começo dos levantamentos [da PNAD], os números são piores para quem tem ensino médio incompleto e são melhores para quem tem ensino superior completo” afirmou Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do instituto.

Segundo ele, estudantes com idade entre 16 e 19 anos compõe o grupo em situação mais complicada. “Muitos deles estão atrasados no segundo grau e encontram maior dificuldade por isso”, disse. Outro problema citado por Cimar é que mesmo empregos mais simples costumam exigir ensino médio completo.

Entre abril e junho, não encontravam trabalho 1,359 milhão de pessoas que seguiam nos três últimos anos da escola. Já o número total de desempregados chegou a 11,586 milhões no mesmo período, o que representa 11,3% da força de trabalho do País.

Por região

A pesquisa do IBGE também mostrou que as maiores taxas de desemprego estavam no Nordeste (13,2%) e Sudeste (11,7%). As regiões Norte (11,2%), Centro-Oeste (9,7%) e Sul (8%) ficaram abaixo da média brasileira (13,2%).

A pior situação para aqueles que não finalizaram o ensino médio foi vista no Sudeste, com 23,3% de desemprego. Nordeste (20,5%) e Centro-Oeste (18,8%) também marcaram números elevados.

O cenário é parecido no caso dos trabalhadores com ensino superior completo. Sudeste (6,4%), Nordeste (6,4%) e Norte (6,3%) tiveram os dados menos favoráveis, enquanto os graduados do Sul (3,9%) encontraram melhor situação.

Sexo e idade

Os dados mostram situação melhor para os homens no País. Enquanto a taxa de desemprego, entre os homens, foi de 9,9%, o número para as mulheres chegou a 13,2%. Durante o último ano, os índices pioraram para ambos e a histórica distância entre os sexos foi mantida no Brasil.

A maior disparidade foi registrada na Região Norte, onde a taxa chegou a 8,8% para eles e a 14,8% para elas. No Sudeste, foi notado o menor buraco: o desemprego alcançou 10,4% entre os homens e chegou a 13,3% entre as mulheres.

Já o recorte por faixa etária mostrou situação mais complicada para os jovens. A taxa para os trabalhadores com idade entre 18 e 24 anos chegou a 16,4% no País. Na ponta oposta da tabela, o desemprego para aqueles que têm mais de 60 anos ficou em 2%.

As outras classes analisadas também ficaram abaixo da média nacional. Trabalhadores de 25 a 39 anos tiveram taxa de 10,4% e a faixa de 49 a 59 anos marcou desemprego de 6,3%.

Para os jovens, o quadro é pior em Nordeste (20,2%) e Norte (18,1%). A região Sul, mais uma vez, teve o melhor dado, com taxa de 10,4% para os trabalhadores de menos idade. Sudeste (16,3%) e Centro-Oeste (14,3%) também marcaram números melhores.