A Central está atenta aos juros nas alturas, que inibem o crescimento e a geração de empregos
O Copom (Comitê de Política Econômica) decide amanhã, 30, a nova taxa básica de juros (hoje em 14% a.a.). “Nesta última reunião de 2016 o governo tem, novamente, uma ótima oportunidade de sinalizar para o setor produtivo, que gera emprego e renda, e mostrar que o País não bajula mais os especuladores e o rentismo”, diz Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical.
O Copom precisa entender que juros altos são uma ferramenta pouco eficaz no combate à inflação, argumento usado pelos governo para manter as taxas nas alturas. Os juros altos encarecem o crédito para o consumo e para investimentos, causam mais desemprego, queda de renda e a pioram o cenário de recessão da economia. Em vez de registrar crescimento e abrir postos de trabalho, as empresas têm demitido. E, ainda, a indústria vem piorando seu desempenho.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e da confederação da categoria, Miguel Torres, “o governo deve aproveitar que a sua popularidade está em baixa, enfrentar o mercado e baixar os juros. Não adianta enfrentar a crise com juros altos”, declara.
João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical, lembra que “a especulação financeira desenfreada tem drenado imensas quantidades de recursos vitais ao pleno desenvolvimento nacional, que poderiam ser direcionados para a Saúde, a Educação, para moradias, mas que vão parar nos bolsos dos banqueiros”.
“Os juros altos são os principais vilões do setor industrial. Inibem a produção e eliminam milhares de empregos no País”, declara Sergio Luiz Leite, 1º secretário da Força. Para Paulo Ferrari, presidente do Sindicato do Empregados em Condomínios e Edifícios de S.Paulo, “só baixando os juros o governo cria um ambiente propício para a retomada do crescimento”.
Maria Auxiliadora dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Brinquedos, também considera que baixar os juros é essencial para que o Brasil volte a crescer.
A Força Sindical e as demais centrais, na chamada unidade de ação, têm promovido atos e manifestações todas as vezes que os membros do Banco Central se reúnem para decidir sobre mudanças nos juros.
“Defendemos a imediata redução da taxa de juros e a implementação de políticas que priorizem a retomada do investimento, o crescimento da economia, a geração de empregos, a redução da desigualdade social, o combate à pobreza e a distribuição de renda”, diz Paulinho.