O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma “prévia” do PIB (Produto Interno Bruto), caiu 0,36% em março na comparação com fevereiro, na 15ª queda seguida. A comparação é feita já descontando as diferenças sazonais entre os meses de fevereiro e março.
Assim, o primeiro trimestre termina com queda de 1,44% do IBC-Br, na comparação com o trimestre anterior.
Na comparação com março de 2015, o indicador registrou tombo de 6,31%; se forem descontadas as diferenças sazonais de um ano para o outro, o tombo é ainda maior: de 6,64%.
As informações foram divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (13).
O desempenho foi pior que o esperado por analistas consultados pela agência de notícias Reuters, que previam queda de 0,1% em relação a fevereiro.
No acumulado de 12 meses até março, o índice aponta queda de 5,26% na atividade econômica (-5,11% se considerados os efeitos sazonais).
A expectativa do mercado é de que, com a mudança de governo, a confiança dos investidores possa melhorar, impulsionando a economia.
Na véspera, Michel Temer assumiu interinamente a Presidência da República, após o Senado decidir dar andamento ao processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, afastando-a por até 180 dias.
IBC-Br
O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB. Ele é divulgado mensalmente pelo Banco Central, enquanto o PIB é divulgado a cada três meses pelo IBGE.
O IBC-Br serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.
O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).
A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores, acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.
PIB: pior recessão em 25 anos
A economia brasileira fechou o ano de 2015 em queda de 3,8% em 2015, de acordo com os dados do PIB divulgados pelo IBGE.
Foi o pior resultado desde que a atual pesquisa começou a ser feita, em 1996.
Se forem considerados os dados anteriores do PIB, que começam em 1948, foi o pior resultado em 25 anos, desde 1990.