As centrais sindicais precisam intensificar as negociações para definir rapidamente as propostas de mobilização nacional, tendo em vista a possibilidade de a crise econômica global atingir em cheio o Brasil, reduzir os direitos conquistados pelos trabalhadores e aumentar o desemprego.
Apesar de as entidades terem construído o “Pacto pelo desenvolvimento, emprego e distribuição de renda”, que congrega um conjunto de propostas de mudanças na política econômica para blindar o país da crise —, isto só não basta.
Precisamos acelerar os debates e tirar logo um calendário de lutas. Nós, da Força Sindical, não estamos parados. A Central tem feito a sua parte. Recentemente, protocolamos duas emendas parlamentares na Câmara dos Deputados, com o propósito de reduzir impostos e taxas que incidem sobre os rendimentos dos trabalhadores.
Uma delas sugere que os assalariados deixem de pagar Imposto de Renda sobre o que recebem como PLR e como abonos salariais. A outra pede isenção do pagamento da contribuição previdenciária para os trabalhadores da iniciativa privada que recebem por trabalho noturno e horas extras.
Estas iniciativas podem ser comparadas à ações de distribuição de renda e tem o objetivo de elevar o consumo, beneficiando toda a sociedade. É uma grande injustiça cobrar imposto por conquistas alcançadas graças à luta e ao esforço dos trabalhadores.
Isto é insuficiente. A desoneração fiscal tem beneficiar os mais amplos setores industriais e de bens de consumo. O país precisa mudar a política econômica, reduzir juros, valorizar o trabalho e o mercado interno, além de distribuir renda e diminuir a jornada de trabalho, sem corte salarial.
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical