Já chegam a 21 mil, segundo o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, as demissões em empreiteiras em consequência da operação Lava Jato. O número deve aumentar. A Galvão Rodovia BR-153, do grupo Galvão, por exemplo, deve demitir 200 de seus 360 funcionários a partir de segunda-feira
As demissões em empreiteiras por causa de paralisações de obras em consequência da operação Lava Jato já chegam a 21 mil em todo o País, segundo números do presidente da Força Sindical, Miguel Torres. E devem aumentar. A Galvão BR-153, do grupo Galvão, por exemplo, deve demitir 200 dos seus 360 funcionários a partir de segunda-feira. A empresa é responsável pela obra da BR-153, entre Goiás e Tocantis, num trecho de 620 quilômetros. Foi a última concessão de rodovia federal no País, no ano passado. A empresa não conseguiu receber o prometido empréstimo de R$ 800 milhões do BNDES. Era para ter sido liberado em dezembro. Como o dinheiro não saiu, decidiu pela demissão dos trabalhadores. Envolvida na Lava Jato, a Galvão teve um de seus executivos preso.
A presidenta Dilma defendeu a punição de acusados na Lava Jato, mas ressaltou que as empresas envolvidas são “essenciais para o Brasil”. As demissões pelas empreiteiras causam preocupação aos líderes sindicais. Ontem, Miguel Torres viajou ao Rio para pedir ajuda ao governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), aos 2,5 mil trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio (Comperje), contratados pela empresa Alumini Engenharia, que estão sem salários desde janeiro. Mas o sindicalista não conseguiu se encontrar com o governador. A Alumini passou a enfrentar dificuldades em razão de não receber aditivos num total de R$ 1,2 bilhão da Petrobras pela obra da refinaria Abreu Lima, em Pernambuco. E teve depois de pagar rescisão indireta a 4,6 mil trabalhadores da refinaria. Em consequência, entrou em recuperação judicial.
Empréstimo na mira
O deputado Paulinho da Força (SDD-SP), integrante da CPI da Petrobras, disse que pedirá a convocação do presidente da estatal, Aldemar Bendine, e da socialite Val Marchiori. Quando era presidente do Banco do Brasil, ele fez empréstimo de R$ 2,7 milhões à socialite sem análise de crédito.
Lula discutirá regulação da mídia na ABI
O ex-presidente Lula aproveitou a sua presença no prédio da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na última terça-feira – quando participou de manifestação organizada pelos petroleiros em defesa da Petrobras – para assumir um compromisso com a entidade de jornalistas: vai voltar àquele prédio, no centro do Rio, a fim de discutir o projeto de regulação da mídia que o governo pretende apresentar. Na direção da entidade secular, de representação dos profissionais da área, não há consenso sobre a necessidade e a forma como a imprensa poderia ser regulada. A ABI quer levar a discussão também para as faculdades.