Erros de informação por parte das empresas estão impedindo que muitos trabalhadores retirem o dinheiro de contas inativas do FTGS (Fundo de Garantia do Tempo do Serviço) no primeiro dia de liberação dos recursos.
O superintendente regional da Caixa em São Paulo, Sergio Cançado, afirma que o problema mais comum encontrado por trabalhadores é a empresa não ter informado a Caixa sobre sua saída do emprego.
Nesse caso, é necessário atualizar o cadastro levando a carteira de trabalho ou a rescisão, e o dinheiro é liberado em até cinco dias úteis. Ele também diz que eram esperados alguns problemas no cadastro dos trabalhadores.
“É normal, porque muitos trabalhadores só agora se preocuparam em checar se têm algum valor no FGTS”, afirma Cançado.
É preciso comprovar saída da empresa com documentos
O presidente nacional da Caixa, Gilberto Occhi, confirmou nesta sexta-feira (10) que muitos trabalhadores estão enfrentando dificuldade para sacar o FGTS inativo por falta de informações que deveriam ter sido fornecidas pelos patrões.
Occhi esteve na agência do bairro da Gruta de Lourdes, em Maceió, para fazer uma fiscalização ao atendimento ao público.
“Uma coisa que estamos percebendo muito é a falta de registro nos sistemas do FGTS de desligamento do empregado. Essa é uma situação muito recorrente. O empregado se desliga da empresa, e ela paga os direitos dele, mas não dá a baixa no contrato de trabalho no sistema do fundo de garantia”, afirma.
Nessas situações, Occhi diz que está sendo exigida a carteira de trabalho e, se possível, a rescisão contratual para comprovar a situação do FGTS.
“Quando o trabalhador vem aqui, estamos pedindo a carteira profissional para que ele possa apresentar o desligamento dele. E se ele tiver o termo de rescisão, ajuda mais ainda porque tem o código do motivo da saída dele: se foi demitido por justa causa, sem justa causa, se ele pediu demissão, se a empresa fechou. Tudo isso é importante para que haja segurança no pagamento.
Rio de Janeiro registra o mesmo problema
No Rio de Janeiro, o gerente de FGTS, José Nilton Loureiro, também disse que os problemas mais comuns estão ocorrendo devido a ausência de informações por parte do empregador.
“É comum o cliente chegar para sacar, e não haver informações no sistema sobre o desligamento do profissional, o que prejudica o atendimento.
” Outro problema tem sido a procura por pessoas que ou não se enquadram nas determinações que permitem o saque de contas inativas ou que não se informaram sobre as datas de retirada dos valores.
(Com reportagem de Ricardo Marchesan, em São Paulo, Carlos Madeiro, em Maceió (AL), e Marcela Lemos, no Rio)