Nota do Sindicato
A fibra que mata e destrói famílias em nosso País recebeu um golpe certeiro desfechado pelo Supremo Tribunal Federal.O amianto, utilizado em diversos produtos (caixas d’água, telhas e freios automotivos, entre outros), é uma fibra sabidamente perigosa, conhecida por causar o adoecimento e a morte de inúmeros trabalhadores no Brasil.
As doenças mais comuns causadas pelo amianto são a asbestose, conhecida como “pulmão de pedra”, que enrijece os pulmões e mata lentamente por asfixia, e o mesotelioma, chamado de o “câncer do amianto”, tumor maligno agressivo e fatal, na maioria dos casos.
A luta pelo banimento do amianto no Brasil, contra os apoiadores do “uso controlado”, causou polêmicas e acirradas batalhas que se sucederam ao longo de décadas. Felizmente, agora, apesar das máculas deixadas para sempre, chegamos ao epílogo de toda esta triste história.
Assim ficará marcado para a Saúde do Trabalhador o dia 29 de novembro de 2017, quando o Supremo Tribunal Federal proibiu a extração, a industrialização e a comercialização da fibra em todos os Estados do País.
Parabenizamos a decisão do STF e lamentamos profundamente que o nosso Congresso Nacional tenha sido omisso e não tenha tido o compromisso de atuar neste sentido em prol da população brasileira, que já sofre com tantos outros problemas, inclusive pela má qualidade dos serviços de saúde, e um SUS doente, falido.
Parabenizamos os movimentos populares, entidades sindicais, organismos governamentais, integrantes do Ministério Público do Trabalho e do Ministério do Trabalho, e tantas outras pessoas que, na maioria das vezes, sem qualquer apoio – de fato – dedicaram-se à luta aguerrida pelo banimento do amianto em nossa Nação.
Parabenizamos todos os que se envolveram, dentro de suas possibilidades, e à sua maneira, como verdadeiros heróis, numa batalha até então desigual, contra os grandes produtores da fibra maldita, sustentados por um capital sem compromisso, criminoso, pautado e obcecado pelo lucro desenfreado, sem precedentes.
E, numa forma silenciosa, nossas homenagens e condolências às famílias destruídas, com a perda dos seus entes que adoeceram ou que tiveram suas vidas ceifadas violentamente, pais, filhos, filhas, mães, honradas e dignas, pelo suor das suas jornadas de trabalho, que jamais foram decentes, pela dor e tragédias que resultaram.
Os trabalhadores, a sociedade e a natureza agradecem.
Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos e vice-presidente da Força Sindical
Luís Carlos de Oliveira, Luisinho
Diretor e coordenador do Departamento de Saúde e Segurança do Trabalhador do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes