Jornalistas Livres
Multiplicam-se os casos de censura sobre obras, artistas e manifestações culturais. Militares saem da ca(v)serna pela “volta dos bons costumes”.
Multiplicam-se os casos de censura sobre obras, artistas e manifestações culturais. Militares saem da ca(v)serna pela “volta dos bons costumes”. Como diz obra apreendida pela polícia: “O machismo mata, violenta, humilha”. Até quanto vamos permitir tal retrocesso?
#OFacismoAvança
#FascistasNÃOpassarão
É segunda-feira e não vai ser uma semana fácil. No fim de semana tivemos um general em loja maçônica pregando abertamente uma intervenção militar para “resolver o problema político”, (http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2017-09-17/intervencao-militar.html).
Antes, o Museu de Arte de São Paulo – MASP já havia colocado cortinas negras sobre obras eróticas do pintor Pedro Correia de Araújo para “evitar a luz” (https://www.revistaforum.com.br/2017/09/16/masp-usa-pano-preto-sobre-tela-erotica-em-exposicao/)
Na quinta-feira passada, outra exposição de arte (a primeira foi a Queermuseu em Porto Alegre – https://jornalistaslivres.org/2017/09/fascistas-forcam-encerramento-de-exposicao-de-arte-em-porto-alegre/) foi censurada em Campo Grande por pedido de deputados estaduais e teve um quadro APREENDIDO pela polícia por “incentivar a pedofilia”.
Detalhe, a obra da artista de Uberlândia Alessandra Cunha, com o título Pedofilia, traz de maneira invertida (como que refletida no espelho em que um grande olho observa uma menina) por duas vezes a frase: “O machismo mata, violenta e humilha”. Veja a obra abaixo e matéria sobre a censura e apreensão em https://www.campograndenews.com.br/cidades/capital/policia-ve-incentivo-a-pedofilia-e-apreende-quadro-exposto-no-marco
Enquanto isso, juiz atende a pedido da TFP (TE EFE PÊ!!! a velha Tradição, Família e Propriedade que liderou em 1964 e 2014 marchas que anteciparam dois golpes de estado – veja por exemplo a cobertura da versão 2014 em https://brasilmais40.wordpress.com/2014/03/26/a-volta-dos-que-nao-foram/) e proíbe exibição de peça de teatro que estava em cartaz há um ano em diversas cidades, festivais e espaços alternativos. Não sei se é 1964 ou 1968. Mas definitivamente não estamos em 2017, não é possível.
“Uma peça cuja sinopse prometia contar a história de “Jesus na pele de um travesti” foi cancelada por uma liminar, acusada de “crime contra o sentimento religioso”. O monólogo Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu seria apresentado no Sesc Jundiaí, em São Paulo. Segundo a produção, congregações religiosas, políticos e a organização Tradição, Família e Propriedade se articularam e fizeram o pedido, acolhido pela Justiça.
Na liminar, obtida pela Bravo!, o juiz escreve que a peça é “atentatória à dignidade da fé cristã, na qual JESUS CRISTO não é uma imagem e muito menos um objetivo de adoração apenas, mas sim O FILHO DE DEUS”. As maiúsculas são do texto original.” https://medium.com/revista-bravo/liminar-veta-peça-com-jesus-trans-103e0b714028
Onde em todas essas manifestações “pela família brasileira” estão os dois princípios máximos do cristianismo: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao PRÓXIMO COMO A TI MESMO”?