Final feliz para os trabalhadores da Tubocap

Fotos Paulo Segura

Teco e presidente Miguel Torres com uma das trabalhadoras beneficiadas

No dia 11 de novembro, o Departamento Jurídico do Sindicato realizou um verdadeiro mutirão de pagamento das verbas rescisórias dos trabalhadores da Tubocap, fabricante de embalagens metálicas, que fechou as portas no começo de 2012.

Logo que começaram os problemas, os trabalhadores acamparam na fábrica por 18 dias, enquanto o diretor Teco e o Departamento Jurídico, coordenado pelo diretor Mendonça, buscavam na Justiça do Trabalho garantir os direitos dos cerca de 450 funcionários.

“Conseguimos no Tribunal a garantia da venda do maquinário e do terreno da fábrica para o pagamento dos trabalhadores. A empresa concordou com essa proposta e o nosso jurídico cuidou de todo o processo”, disse Teco, que esteve à frente da mobilização e ao lado dos trabalhadores durante todo o tempo.

“Casos como este costumam demorar anos para serem concluídos e muitas vezes os trabalhadores não recebem nada. Para nós, essa luta da Tubocap só terminaria quando todos tivessem recebido seus direitos, e isso aconteceu”, disse o presidente do Sindicato, Miguel Torres.

Desde o início da greve, no dia 31 de janeiro de 2012, os trabalhadores mantiveram-se firmes na luta e receberam apoio de toda diretoria e assessoria do Sindicato. O movimento envolveu também as famílias dos trabalhadores e nos primeiros meses, sem receber salários, as famílias receberam cestas básicas do Sindicato. “Foi uma luta difícil, mas vitoriosa”, disse Teco.

Os trabalhadores agradecem. “Muita gente ficou apavorada quando a fábrica fechou, porque tinha dívidas, mas graças ao Sindicato a coisa andou para uma negociação. O processo foi bem conduzido e todo mundo foi bem orientado”, disse o operador de produção Marcelo Souza Julião, que trabalhou 6,5 anos na empresa e integrou a comissão de negociação.

“É uma bênção receber, tem muita firma por aí que não paga. A gente agradece a Deus e ao Sindicato, se não fosse o Sindicato lutar por nós a gente receberia nada. O Sindicato é muito forte”, disse a operadora de máquinas Maria Aparecida Ribeiro, que trabalhou mais de 15 anos na fábrica.

A operadora de máquina de verniz Maria Rosilda, 16 anos de empresa, conta que no começo foi muito difícil, “porque não consigo mais serviço. Eu agradeço a Deus e ao Sindicato por estar recebendo; agradeço o Teco, o Caroço, porque a gente teve isso, tem gente que nunca recebe”.

Silva Aparecida, também com 16 anos de casa, disse que sempre teve esperança de receber, apesar de muita gente falar que o contrário. “Até que não demorou muito. A atuação do Sindicato foi boa, foi a primeira vez que participei de um processo, de audiência, o sindicato foi essencial para fazer o processo andar. Agora vou pagar um empréstimo que fiz e ainda vai sobrar”, disse.

Para Sandra Aparecida Silva, 26 anos de casa, “Deus abençoou o Sindicato e eles conseguiram. Nós fomos juntos na garra, com união faz a força, o sindicato teve atuação muito importante e deu apoio, todos estiveram lá e deram força pra gente”, disse, referindo-se aos diretores e assessores do sindicato.

Advogados da Odebrecht, que comprou o terreno da Tubocap, participaram do pagamento da rescisão.