GM abre programa de demissão voluntária em São José dos Campos

Para sindicato, medida contradiz ritmo de produção da empresa

DE CAMPINAS

A General Motors anunciou ontem a abertura de PDV (Programa de Demissão Voluntária) para os trabalhadores da linha de produção da fábrica de São José dos Campos (97 km de SP).
A unidade tem cerca de 9.000 funcionários, entre mensalistas e horistas, e produz os modelos Corsa, Meriva, Classic, Zafira, S10, Blazer e kits desmontados para exportação, além de motores e transmissões.
A medida, segundo a empresa, é para assegurar a continuidade de seus projetos futuros “de forma sustentável e competitiva”. O programa visa dispensar também empregados do setor mensalista (administrativo) de São José dos Campos e das outras cinco unidades da montadora, que têm hoje um total de 5.000 trabalhadores.
Não foi informada a expectativa da empresa sobre o número de demissões voluntárias, sobre até quando devem ocorrer as inscrições para dispensas nem os benefícios oferecidos para quem aceitar. Em nota, a GM informou que a decisão está baseada “na intensa competitividade do mercado brasileiro de automóveis” e em “uma concorrência assimétrica” gerada por uma “guerra cambial”.
Os crescentes custos de mão de obra, matérias-primas e insumos em geral também foram fatores considerados no comunicado. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, entretanto, considera que a medida contradiz o ritmo de produção mantido pela montadora neste ano.
O presidente do sindicato, Vivaldo Moreira Araújo, disse que a linha de produção mantém o ritmo de 850 veículos/dia e há trabalhadores sendo chamados para fazer horas extras aos sábados. “Parece-nos que os recentes incentivos à indústria automotiva anunciados pelo governo federal, como o aumento de IPI para os veículos importados, não se refletem em garantias para o trabalhador”, disse Araújo.

(MARÍLIA ROCHA)