Governo acena com medidas ‘duras’ para forçar reforma

O governo começa a estudar a adoção de medidas de impacto negativo em vários setores para convencer a base aliada da necessidade de votar a reforma da Previdência.

Entre as medidas estão o aumento da taxação dos profissionais liberais, a exclusão da contribuição previdenciária do Supersimples, a elevação da alíquota do Microempreendedor Individual (MEI) – de 5% para 11% do salário mínimo -, e o fim da desoneração da folha de pagamento para o setor rural.

“Se não botar para votar a reforma da Previdência, depois de concluída a reforma política, eu tenho certeza de que medidas mais duras serão adotadas agora ou no futuro”, disse ao DCI o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que presidiu a Comissão da Reforma da Previdência e integra a tropa de choque do governo no Congresso.

Mas, segundo Marun, ainda não há clima para a retomada das negociações em torno da reforma da Previdência. “Não posso comentar quais medidas mais duras poderão ser adotadas, mas elas serão necessárias porque o pior será não alterar as regras da Previdência”, completou.

Procurador da Câmara, Marun pode entrar com pedido de retratação contra o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), que no programa partidário do PSDB, na quinta (17), falou em “presidencialismo de cooptação” e que “políticos negociam vantagens pessoais com o Executivo, sem pensar no país”.