O governo quer definir neste fim de semana o reajuste do valor dos benefícios do Programa Bolsa Família. O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) defende um aumento acima da inflação do ano passado, de 2,95%. A equipe econômica quer reduzir ao máximo o impacto da medida nas contas públicas. “Não estamos falando em data de anúncio, mas o esforço é para definir no fim de semana”, afirmou uma fonte ao Valor.
Edna Simão
Segundo esse técnico, além do aumento do benefício, é preciso garantir a manutenção das filas zeradas no programa e da manutenção do poder de compra dos alimentos pelas famílias. Para defender um reajuste acima da inflação, o ministério tem ressaltado nas discussões do reajuste que houve economia significativa com a revisão dos benefícios e cortes de pagamentos indevidos. “Estamos discutindo quanto de dinheiro haverá disponível para ver qual o aumento que será possível”, afirmou um técnico do governo.
O governo quer divulgar o reajuste do Bolsa Família no início de maio para iniciar o pagamento em junho. Não está descartada a possibilidade de o anúncio ser feito em 1º de maio, dia do trabalhador.
Além do limitador orçamentário, as propostas como concessão de reajustes diferenciados, desde que as famílias cumpram novas condicionalidades, não devem sair do papel devido à dificuldade de implementação.
Nos últimos dias, os técnicos do governo estavam avaliando vários cenários para tentar viabilizar um reajuste superior a 2,95% para todos os beneficiários do programa sem que fosse necessário retirar recursos de outras áreas para ampliar o orçamento do Bolsa Família, atualmente de R$ 28,2 bilhões.
O governo pretende estabelecer um reajuste que recomponha a inflação acumulada desde julho de 2016, quando foi concedido o último aumento no valor do benefício. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado para o período é de 5,43%. Como a medida implicaria custo elevado, se cogitou a possibilidade um aumento acima da inflação para uma parcela dos beneficiários.