Novo calendário, que será votado hoje, empurra pagamentos de trabalhadores para o ano que vem
O governo tentará hoje empurrar para 2016 o pagamento de aproximadamente R$ 9 bilhões a trabalhadores com direito ao abono do PIS.
A proposta, a ser apresentada em reunião do Codefat (Conselho do Fundo de Amparo ao Trabalhador), pretende esticar o calendário de pagamentos para manter essa grana nos cofres da União até o próximo ano.
Até o ano passado, cerca de 80% dos trabalhadores com direito ao abono de um salário mínimo sacavam o benefício entre julho e dezembro. Mas, se a nova proposta for aprovada, os beneficiários serão separados em dois grupos iguais. Metade receberá o abono no segundo semestre deste ano. Os demais terão a grana apenas a partir de janeiro.
Contrários à proposta do Ministério da Fazenda, representantes de sindicatos afirmam que a manobra já estava prevista no Orçamento desde ano, quando o governo destinou somente R$ 10 bilhões para o PIS/Pasep. Em 2014, o volume destinado a esses pagamentos chegou a cerca de R$ 19 bilhões.
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, afirmou que as centrais votarão contra a proposta do governo. ‘’É mais uma pedalada contra os trabalhadores’’, criticou.
A resistência dos sindicalistas, no entanto, poderá não ser suficiente. O Codefat é composto por 18 membros. As vagas são igualmente distribuídas entre representantes de trabalhadores, empresários e governo. Para ser aprovada, a proposta da Fazenda precisa de dez votos. Esse número poderá ser alcançado com a ajuda dos empregadores, caso o governo comprove que há falta de recurso no FAT, segundo o presidente da CNS (Confederação Nacional dos Serviços), Luigi Nesse. ‘’Sou a favor de usar apenas o valor no FAT’’, desse.