Governo vê com alívio fim da alta dos juros

NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

31/07/2015 02h00

O aumento de mais 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), anunciado na quarta-feira (29) pelo Banco Central, foi visto como um certo exagero em outras áreas do governo.

A afirmação da instituição de que pretende manter agora a taxa inalterada por um período “suficientemente prolongado”, no entanto, foi vista como um sinal de que a economia brasileira terá um alívio a partir de agora.

Um ministro disse à Folha que a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) é um tiro enorme em uma economia já frágil, mas deixar a taxa estacionada dá fôlego para a combalida economia brasileira neste segundo semestre de 2015.

Apesar de acharem exagerado o aumento, integrantes do governo reconhecem que o Banco Central não tinha muito o que fazer, considerando o desempenho das contas públicas até agora e a forte redução da meta fiscal anunciada na semana passada.

DECISÃO

Uma semana depois de o governo anunciar uma redução substancial na sua meta de economia para reduzir a dívida pública, o BC elevou a taxa básica para 14,25% ao ano, a maior em nove anos.

Foi o sétimo aumento consecutivo. Antes da reeleição da presidente Dilma Rousseff, a taxa estava em 11% ao ano.

No comunicado da decisão, o Copom afirmou que os juros devem permanecer nesse novo patamar “por período suficientemente prolongado” para garantir a convergência da inflação para a meta no fim de 2016.

Outro fator que contribuiu para que o BC elevasse novamente os juros foi a alta do dólar nos últimos dias.