Fonte: Folha de S. Paulo/Agora
Cerca de 8.000 trabalhadores da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo (ABC), entraram em greve na segunda-feira (14) por tempo indeterminado.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que representa a categoria, 99% da fábrica parou. Apenas as áreas essenciais da empresa não aderiram ao movimento.
Em campanha salarial desde abril, os trabalhadores decidiram pela greve após as negociações não avançarem em relação ao valor da PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) e à reposição salarial.
“A empresa não aceita incorporar o reajuste aos salários e este é um dos pontos principais que estão emperrando as negociações. Também reivindicamos que o cálculo da PLR leve em conta a exportação dos itens agregados (motor, câmbio, eixos)”, explicou o secretário-geral do sindicato e funcionário da Mercedes, Aroaldo Oliveira.
Além dos impasse salarial, ainda conforme o sindicato, a greve também é motivada pelo plano da montadora em demitir trabalhadores mensalistas do setor administrativo e por divergências às cláusulas sociais do acordo coletivo, onde a empresa quer excluir a estabilidade ao trabalhador acidentado e a complementação salarial por até 120 dias de afastamento.
Antes de votarem pela greve, os trabalhadores fizeram mobilizações internas, como paralisações e passeatas pela fábrica, para pressionar as negociações. Na terça-feira (15), às 7h30, a categoria realizará nova assembleia, em frente à portaria principal da Mercedes, para decidir os próximos passos do movimento.
Procurada, a Mercedes-Benz confirmou que as negociações de campanha salarial estão abertas, mas não quis se pronunciar sobre a decisão da greve.