Arícia Martins | De São Paulo
Os dados de geração de empregos e atividade da indústria paulista referentes ao primeiro bimestre de 2013 sinalizam que há uma recuperação do setor em curso, mas a retomada está “cheia de cautelas” e não tem o mesmo vigor do início de outros anos. A avaliação é de Paulo Francini, diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Ontem, a entidade divulgou que foram criados 9,5 mil postos de trabalho em fevereiro pela indústria em todo o Estado, alta de 0,38% frente ao estoque de ocupados de janeiro, sem ajuste sazonal. Como o comportamento esperado para essa comparação, no entanto, é de geração maior de vagas, o dado com o ajuste da Fiesp resultou em recuo de 0,04% na passagem mensal. No primeiro bimestre, o nível de emprego industrial de São Paulo cresceu 0,8% sobre igual período de 2012, com 20,5 mil empregados a mais.
Dos 22 segmentos industriais analisados, 12 contrataram, 7 demitiram e 3 mantiveram seu quadro de funcionários em fevereiro frente a janeiro. Os destaques positivos foram os ramos de fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (5,1%), couros e fabricação de artigos de couro, artigos de viagem e calçados (3,6%) e móveis (1,1%). Os segmentos de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-0,7%), produtos diversos (-0,5%) e celulose, papel e produtos de papel (-0,5%) foram os que mais cortaram postos.
Na análise regional, o nível do emprego industrial de fevereiro foi sustentado pelas fábricas do interior, que elevaram o número de empregados em 0,58% ante janeiro, sem ajuste, em linha com típico aumento das admissões nas usinas de açúcar e álcool no período. Na Grande São Paulo, por outro lado, o estoque de ocupados na indústria teve variação nula na passagem mensal, também no dado sem dessazonalização.
Após queda de 2% em 2012, Francini espera que o número de funcionários na indústria de São Paulo avance 1,6% este ano. Essa previsão, se confirmada, resultaria em recuperação de cerca de 80% dos postos perdidos no ano passado. “Vamos terminar 2013 um pouco pior do que estávamos no fim de 2011”, disse.