Entidade representa 50 milhões de trabalhadores dos setores químico, farmacêutico, metalúrgico, couro e calçados de 140 países.
O Comitê Executivo da IndustriALL Global Union se reuniu entre 6 e 9 de novembro, em Colombo, no Sri Lanka, para discutir a situação dos 50 milhões de trabalhadores dos setores químico, farmacêutico, metalúrgico, couro e calçados de 140 países. Pela Força Sindical participaram Edson Bicalho, Eunice Cabral, vice-presidente da Força Sindical, e Mônica Veloso, diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco.
Nesta entrevista, Edson Bicalho, secretário-geral da Fequimfar (Federação dos Químicos do Estado de São Paulo) e membro do Comitê fala sobre a reunião:
Força Sindical – O que foi debatido nesse encontro realizado no Sri Lanka?
Edson Bicalho – Debatemos esta onda conta a retirada de direitos dos trabalhadores e a ampliação da idade mínima para a aposentadoria, que muitos países do mundo tentam implantar. No Brasil, parte destas medidas já está em vigor, além da nova lei trabalhista e a terceirização.
Força Sindical – Pode citar outros países que estão fazendo o mesmo?
Bicalho – A França. A diferença é que lá as mudanças foram discutidas entre trabalhadores e empregadores. Também estão tentando fazer a mesma mudança na Argentina, mas o governo daquele país já chamou algumas entidades sindicais para negociar. Países asiáticos também promovem mudanças. No Brasil, não houve debate com os trabalhadores. Nesta nova lei foram adotadas medidas propostas pela CNI (indústria). Ou seja: apenas por um segmento empresarial. É diferente montar uma mesa de negociação e você sair derrotado. Outra é imposição.
Força Sindical – A nova lei trabalhista brasileira foi criticada pela IndustriALL?
Bicalho – Divulgamos uma nota dizendo que os representantes sindicais presentes na reunião do Comitê Executivo da IndustriALL repudiam todas estas iniciativas do governo brasileiro e do legislativo federal, que não se comprometem com a política de Trabalho Decente, e não respeitam os princípios fundamentais e a organização sindical. Reafirmamos toda nossa solidariedade à luta dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros(as) em defesa dos direitos laborais e da Previdência Social.
Força Sindical – Qual o próximo passo do Comitê?
Bicalho – Estamos fazendo um relatório sobre os países que têm leis que mais prejudicam os trabalhadores. Um deles é o Brasil. Vamos enfrentar esta retirada de direitos nas negociações com as multinacionais. Outra medida será denunciar estes países à OIT (Organização Internacional do Trabalho).