Cerca de 22% dos trabalhadores em todo o mundo trabalham mais de 48 horas semanais, segundo informações de estudo divulgado nesta quinta-feira OIT (Organização Internacional do Trabalho). O número representa 614,2 milhões de pessoas.
O levantamento, de autoria dos especialistas da OIT Sangheon Lee, Deirdre McCann e Jon Messenger, afirma que houve, durante as últimas cinco décadas, uma mudança global para um limite de 40 horas de trabalho por semana.
No Brasil, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2008, a população ocupada de 16 anos ou mais de idade trabalhou uma jornada média semanal de 40,8 horas naquele ano. Apesar dessa média, o estudo apontou que 33,7% trabalharam uma jornada superior às 44 horas semanais e 19,1% uma jornada superior a 48 horas.
Os dados mostram que entre homens e mulheres, os trabalhadores do sexo masculino tendem a executar jornadas mais longas. “O tempo que a mulher dedica à família e às responsabilidades domésticas restringe sua disponibilidade para o trabalho remunerado”, afirma texto da OIT.
Além disso, a idade também influencia nas horas trabalhadas. De acordo com a organização, jovens e pessoas em idade próxima à aposentadoria costumam trabalhar menos horas, o que restringe suas oportunidades de trabalho.
Informalidade
O levantamento da OIT mostra ainda que nos países em desenvolvimento o trabalho informal responde por pelo menos metade da ocupação. Dentro dessa faixa, 60% dos trabalhadores operam por conta própria.
Enquanto nos países industrializados uma grande parte dos trabalhadores por conta própria costuma realizar jornadas muito prolongadas, nos países em desenvolvimento as jornadas são mais curtas (menos de 35 horas por semana).