Mais de 1,2 milhão participam do 1º de maio da Força Sindical

Cerca de 1,2 milhão de pessoas participam da Comemoração do 1º de Maio da Força Sindical, na Praça Campo de Bagatelle e defendem as reivindicações da classe trabalhadora, a garantia dos direitos e novas manifestações.

Paulo Segura

O Ato Político contou com a presença de autoridades, como o ministro do Trabalho, Manoel Dias, os presidenciáveis Aécio Neves e Eduardo Campos, ex-governador de Pernanbuco; Gilberto Carvalho, da Secretaria-geral da Presidência da República; deputado Eduardo Cunha, líder do PMBD na Câmara, Eduardo Suplicy, além de dirigentes sindicais das mais diversas categorias.

O deputado federal Paulinho da Força criticou a volta do desemprego, da inflação, dos salários baixos e disse que a pauta dos trabalhadores não andou no governo. “Não conseguimos ainda reduzir a jornada de trabalho para 40h, acabar com o maldito fator previdenciário, ter uma política de valorização das aposentadorias, mas temos a volta da inflação, do desemprego no setor industrial e construção civil. Isso tudo por conta da política do governo, que leva o país para a crise”, disse Paulinho, acrescentando a corrupção desenfreada e a destruição da Petrobras, “a principal empresa brasileira”.

O presidente da Força Sindical e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, disse que a realização deste evento só é possível com a unidade dos trabalhadores e colaboradores e defendeu as reivindicações do 1º de Maio: fim do fator previdenciário, correção da tabela do Imposto de Renda, fim das terceirizações, ratificação das convenções 158 (contra demissão imotivada) e 151 (direito de greve dos servidores), 10% do PIB para educação, saúde, entre outras.

“Nos últimos quatro anos, infelizmente, nossa pauta não avançou”, disse Miguel, referindo-se ao fato de a presidente Dilma ter assumido o compromisso de reduzir a jornada, acabar com o fator, e nada ter acontecido. “Foi uma decepção total”.

Miguel Torres criticou o anúncio feito pela presidente na véspera do 1º de maio, de correção da tabela do imposto de renda em 4,5%. “Não é nem a inflação deste ano. A tabela está defasada em 68%. Ela disse que conversa com os sindicatos, só se for em Cuba ou com empresariais. Ela falou que vai apoiar a política de valorização do salário mínimo com aumento real. Agora, ela tem a chance de ir ao Congresso e fazer a base do governo apoiar o projeto apresentado pelo deptuado Paulinho, de manter essa política até 2023.”

O presidente da Força Sindical lembrou que este é um ano eleitoral e de Copa do Mundo e que os trabalhadores têm que aproveitar este momento e se organizar.

“A Pauta Trabalhista foi entregue aos presidenciáveis, porque queremos avançar nos nossos direitos e eleger uma bancada forte e representativa dos trabalhadores no Congresso Nacional”, disse.

Antes de encerrar sua fala, Miguel Torres colocou em votação proposta de realização de duas grandes manifestações, a primeira, no dia 15 de maio, com as categorias que estão em campanha no primeiro semestre e cujas negociações salariais não estão avançando. A segunda, no dia 6 de junho, uma semana antes da abertura da Copa. O público presente, integrado por trabalhadores de todas as idades e suas famílias, aprovou as propostas.

Miguel explicou: “O protesto não é contra a Copa, mas para mostrar para o mundo as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores brasileiros, com desemprego, inflação, saúde, transporte e educação precários, falta de segurança”.

Políticos
Aécio Neves, candidato à presidência da República pelo PSDB, reafirmou o compromisso com o fim da inflação, o resgate da Petrobras, a segurança dos direitos dos trabalhadores. “Temos o compromisso de falar a verdade sobre o que está acontecendo. O Brasil precisa de trabalho e competência. A presidente foi na TV falar que quer conversar com os trabalhadores, mas não explicou várias coisas, como porque a inflação cresceu”, disse.

Eduardo Campos disse que o Brasil tomou o caminho errado e que precisamos de unidade para recolocar o Brasil no caminho do crescimento. “O Brasil não vai no caminho certo porque está tirando direitos dos trabalhadores. Não é assim que vamos derrotar o inimigo número 1 dos trabalhadores, que são a inflação e o desemprego”, dissde.

Segundo ele, é possível fazer um Brasil diferente. “Brasília está de costas para os trabalhadores. É hora de avançarmos com mudanças políticas para construir estabilidade”, disse.

Gilberto Carvalho, da presidência da República, defendeu o governo Dilma. Ele disse que o governo não veio para fazer falsas promessas, que apoia o ato disse que foi o governo FHC que criou o fator previdenciário e assegurou que o governo vai continuar com a política de aumento do salário mínimo, combate à inflação e o bolsa família e a correção permanente da tabela do IR. “Continuaremos lutando pelos trabalhadores do Brasil”, disse.
 
O ministro Manoel Dias disse que este é um dia de reflexão, de formulação, de prestação de contas e que “estamos lá fazendo um esforço enorme para recuperar o prestígio e a eficiência do Ministério”.

Ele disse que a política do salário mínimo é resultado de um acordo feito com as centrais e o governo Lula, que garantiu um aumento real de 78% para o mínimo, que muitos brasileiros ainda estão na exclusão e que cabe a nós, trabalhadores, se organizar e reivindicar. “Não fiquem sentados porque a elite vai resolver o problema dela, não o de vocês. Quantos deputados defendem os trabalhadores no Congresso? é uma mingua, tem o Paulinho e mais uns 10, é por isso que a Pauta Trabalhista não anda. O trabalhador tem que pensar em votar em alguém que defende seus interesses.” Segundo ele, o país só será de todos quando os trabalhadores formularem políticas”.

O ato segue com a apresentação de artistas consagrados e o sorteio de 19 carros Huynday HB20 zero km.


Miguel Torres


Paulinho da Força no meio do público