O 1º de Maio de 2018 da Força Sindical, que contou com a presença de cerca de quinhentas mil pessoas na Praça Campo de Bagatelle, mostrou-se novamente, neste ano, uma importante e democrática ferramenta em defesa dos direitos dos trabalhadores e das bandeiras que erguemos na nossa luta por um País mais igualitário e justo socialmente, com emprego, renda e igualdade de direitos para todos.
Vários nomes de peso do movimento sindical marcaram sua presença no evento e tiveram a oportunidade de externar a todos os presentes os seus posicionamentos sobre a atual situação que o País vem atravessando, com uma taxa de desemprego assustadora – cerca de 13 milhões de desempregados –, juros ainda altos e crédito caro, uma reforma trabalhista que esmaga conquistas históricas da classe trabalhadora, as frequentes tentativas de mexer, também por meio de reforma, no sistema previdenciário, e o que podemos fazer para que este quadro seja revertido.
No ato coordenado pelo secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, Juruna, em uma coisa todos que deram seu recado no 1º de Maio da Força Sindical foram unânimes: se quisermos mudar este quadro econômico, político e social que hoje vivenciamos, esta é a grande oportunidade. “É ano eleitoral, e em outubro vamos escolher nossos deputados estaduais, federais, senadores, governadores e o próximo presidente da República, e nosso voto tem de ser o nosso trunfo nessa escolha”, destacou Juruna.
Temos de votar em candidatos efetivamente fechados com os trabalhadores. Candidatos que não carreguem em seus braços os interesses dos grandes especuladores. Candidatos sem “rabo preso” com interesses outros que não sejam os do povo brasileiro.
Para Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical e deputado federal, “o 1° de Maio da Força Sindical tratou principalmente, neste ano, entre outras demandas, da luta pelos empregos e de da criação de programas que visem o crescimento econômico do País, programas que gerem emprego e que reduzam a taxa de juros. No ano passado barramos a reforma da Previdência, e temos de ficar alertas se voltarem a insistir neste malfeito. Esta reforma trabalhista nefasta que está aí e que retira direitos dos trabalhadores, contrariando nossos intensos protestos, passou, mas não paramos de lutar para que ela seja modificada em todos os pontos que penalizam os trabalhadores. Nossa luta é árdua, mas dela não podemos desistir”.
Sergio Luiz Leite, Serginho, 1º secretário da Força Sindical e presidente da Fequimfar, fez uma consulta popular com os presentes no ato e a maioria ou estava desempregada ou tem algum familiar ou amigo sem emprego. “Nossa luta neste ano é pela geração de empregos dignos e com qualidade”.
José Luiz Ribeiro, ex-secretário estadual de Relações do Trabalho e Emprego de SP, destacou, em sua fala, a importância de que o mercado de trabalho seja reaquecido com novos investimentos, juros baixos e a geração de postos de trabalho. E que entidades sindicais e trabalhadores têm de manter e intensificar sua unidade na luta.
O ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, destacou que “este é um ano eleitoral, o ano para mudarmos o País”.
Paulo Ferrari, vice-presidente da Força Sindical, compactua da mesma opinião: “Temos de votar, neste ano, em candidatos que nos representem, e condenar ao ostracismo aqueles que, durante suas campanhas, pregam um discurso e, quando eleitos, debandam para o outro lado”.
Adilson Araújo, presidente da CTB, lembrou que “neste ano de 2018, quando comemoramos mais uma vez o 1º de Maio, a nossa Constituição Cidadã comemora, também, 30 anos de existência, e que temos de lutar para manter tudo o que conquistamos”. Para Eunice Cabral, presidente da Connacovest e do Sind. Costureiras S. Paulo, “não temos muito o que comemorar neste 1° de Maio, mas temos muito o que refletir com vistas ao Brasil que queremos”.
Para Antonio Ramalho, deputado estadual e presidente do Sintracon-SP, “hoje temos a mais perversa reforma trabalhista com a qual se poderia atacar a classe trabalhadora brasileira, e isto tem de ter fim”.
Julio Roberto, presidente da Alternativa Democrática Sindical (ADS) e da CTB colombiana, lembrou que “132 anos após o banho de sangue nas ruas de Chicago, no confronto entre a polícia e operários que queriam melhores condições de trabalho, este é um 1º de Maio sem termos muito o que comemorar, mas cientes da nossa força ao lado dos trabalhadores”.
Apesar de todos os pré-candidatos à Presidência terem sido convidados para participar do 1º de Maio, apenas três deles aceitaram comparecer ao evento e dar o seu recado:
Para Manoela D’Ávila, pré-candidata do PCdoB (RS): “Este é o primeiro ano em que temos uma CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que não é a mesma CLT que há anos conhecemos. Algo está errado e temos de centrar nossos esforços para que a classe trabalhadora não siga sempre sendo penalizada com os erros e desmandos dos outros”
Para Paulo Rabelo, pré-candidato pelo PSC: “Neste ano, não foi apenas o prédio que desmoronou hoje em São Paulo, foi a República que vem caindo sobre a cabeça de todos os brasileiros”
Já Aldo Rebelo, ex-presidente da Câmara Federal; ex-ministro dos Esporte; da Coordenação Política e Relações Internacionais; da Ciência, Tecnologia e Inovação; da Defasa; e pré-candidato à Presidência pelo Solidariedade-SP, entende que: “O 1° de Maio é um dia muito mais de protestos e reflexões do que comemorações. São cerca de treze milhões de desempregados, tanto que tem gente que está indo atrás de lenha para preparar sua comida pois não têm dinheiro para comprar gás. Gerar emprego é uma obrigação moral de quem governar este País”.